Na última sexta-feira, o terceiro dia do Congresso da imagem, no Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, a que nos temos vindo a referir: neste post e neste e, uma vez mais, aqui e agora, uns apontamentos.
Embora não fizesse parte do Programa, no debate, o tema apareceu e com, na nossa leitura, inesperado bom acolhimento, e que registamos deste modo: «as politicas públicas na esfera das artes na ótica de género», para o que, lá, adiantamos, como ilustração, a existência de um critério no regulamento dos apoios pontuais às artes de 2014 em torno da igualdade de género.Lembremos:
Mas podiamos ter dito também que a dimensão existe no regulamento do Programa Pegada Cultural.
E à volta do assunto, já durante o intervalo, soubemos mais sobre o que acontece no Brasil: há apoios específicos. Apenas tínhamos conhecimento dos destinados à temática LGBT em São Paulo a que nos tínhamos referido,anteriormente, aqui, donde:
E o processo, disseram-nos participantes Brasileiras no congresso, não foi isento de polémica. Depois, assinalemos a conferência «Como promover as mulheres artistas do século XX no século XXI? De exposições a web sites», de Camille Morineau, que nós ampliamos para todos os séculos. De facto, prende-se com matéria que muito temos abordado no Em Cada Rosto Igualdade: a visibilidade do passado, do presente, e no futuro, em torno do género e, em particular, das mulheres na cultura e nas artes. E como recuperar o tempo perdido. Do resumo da intervenção da conferencista: «a visibilidade oferecida pelos museus ainda não é suficiente para "tornar visivel", a maioria das mulheres artistas do seculo XX. A minha resposta para esse problema é a criação de AWARE (Archive of Women Artists, Research and Exhibition).
Mas comecemos com a exposição subjacente à apresentação - elles@centrpompidou 2009-2011, um projeto de dois anos que foi mostrando as mulheres artistas da coleção do museu e que teve edições internacionais nos EUA e no Brasil. O site do projeto, e o blogue. Dos Estados Unidos, por acaso, já no Em Cada Rosto Igualdade, o post de dezembro de 2013: 75 MULHERES ARTISTAS DE 1907 A 2007. Do Brasil, pode ver o catálogo aqui. Camille Morineau, como decorre do titulo da sua conferência, quis sublinhar o papel das novas tecnologias, nomeadamente dos sites e dos blogs, na preservação da memória. Não podiamos estar mais de acordo. Qualquer pessoa pode ir para a internet e através de motores de busca confirmar isso mesmo. Foi assim, mas ao acaso, que chegámos, por exemplo, à bienal da imagem seguinte sobre mulheres artistas.
Mas, claro, preservar a memória com recursos às novas tecnologias, e por maior força de razão numa lógica institucional, não quer dizer colocar na internet informação desgarrada a que se chega, ou não, recorrendo ao google ou a um outro motor de busca, com mais ou menos dificuldade. E andar toda a gente a fazer a sua «basezinha de dados», a sua plataforma. As potencialidades das TI nesta sociedade da informação do sec. XXI não param de nos surpreender, estamos naquilo que especialistas designam por Terceira Plataforma - onde qualquer projeto de aqui estamos a escrever não pode hoje deixar de ter presente coisas como estas: cloud computing, big data, redes sociais, os mobiles, ... E cada projeto assente em estratégia clara, e com equipas pluridisciplinares. Já nada é possivel se não for assim. Mas o conceito é claro, e deve começar-se por saber o que existe por esse mundo fora. Então acrescentemos ao que temos vindo a identificar - veja-se na coluna à direita deste blogue - um pouco mais sobre a WARE já que esteve «em cima da mesa» no congresso Arte e Género ?
E da nossa coluna à direita, um pequeno levantamento:
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