quarta-feira, 15 de outubro de 2014

AINDA O LIVRO «AS MULHERES CONTRA A DITADURA» | Lançamento | Outubro | 15 | 18:30h | CCIF/UMAR




Antes, aqui, já nos tínhamos referido ao livro, de Cecília Honório, Mulheres Contra a Ditadura, mas voltemos a ele,  por duas razões. Uma,  vai haver lançamento, com a participação da autora,  hoje, dia 15 de outubro, às 18:30, no Centro de Cultura e Intervenção Feminista (CCIF/UMAR em Lisboa - Rua da Cozinha Económica, Bloco D, Espaços M e N. 
Outra, a entrevista que Cecília Honório deu a Nuno Ramos de Almeida, para o jornal i a propósito do livro. Um excerto:  
«(...)
Mas essa é uma espécie de dupla ruptura com o fascismo: é simultaneamente um instrumento de mobilização dos jovens e uma negação da moral do regime que dividia, como com muros, homens e mulheres...
A ideia é inovadora, faz isso mesmo. É preciso ver que o MUD Juvenil tem esse aspecto de contracultura que é muito importante. As declamações de poesia alternativa, as músicas de Fernando Lopes Graça, os encontros tinham um aspecto de contracultura importante que teve essa forte componente moral e de género. Repara que, embora elas sejam uma minoria, havia uma orientação de haver, pelo menos, uma mulher por estrutura de direcção do movimento, e algumas delas tiveram um papel muito importante.

As mulheres tinham um maior papel na luta, mas a urgência da luta contra o regime não colocava em banho-maria as reivindicações próprias das mulheres?
Eu não ponho em causa as interpretações de perfil feminista que têm sido feitas. Há vários estudos, aqui e no estrangeiro, que apontam que no pós-guerra houve um certo recuo das agendas feministas, e aqui por maioria de razão, devido à ditadura. O movimento unitário é feito com um objectivo muito identificado: o derrube do regime e a instauração da democracia. E é esse objectivo que cria essa unidade tão forte. Pode haver um recuo na agenda feminista, mas não se pode desvalorizar o que é feito. É preciso ler a propaganda: se, por um lado, há um apelo a condições de vida que permitam casamentos felizes e filhos fortes, por outro há também apelos ao fim das discriminações no trabalho e no salário das mulheres trabalhadoras, e sobretudo um forte esforço direccionado para que as jovens participem no movimento e na luta». 




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