sexta-feira, 31 de agosto de 2012

MULHER «COMPLEMENTAR» DO HOMEM


 Foto LUSA 

A notícia em Agosto de 2012, século XXI: Tunisianas defendem igualdade de direitos em constituição
«(...)
Organizações feministas exigem a retirada de um projeto de artigo na constituição do país sobre a igualdade de sexo, que considera que a mulher é apenas "complementar" ao homem». (+)
E uma reação:«O grupo de trabalho das Nações Unidas sobre a discriminação contra as mulheres na lei e na prática apelou ao novo Governo tunisino para que tome todas as medidas necessárias para salvaguardar anteriores conquistas do país». Mais aqui.
Em paralelo:
 
«(...)
Ocurre que Ghribi, de 28 años, vestía un traje deportivo que mostraba —además de su ya mencionado ombligo— su abdomen, piernas y brazos al desnudo. Un atuendo que no desentonaba con el de sus competidoras. Pero para los tunecinos más conservadores, poco más que “ropa interior”. “Túnez no necesita mujeres que corran desnudas”, anotó un indignado aficionado en Facebook. Otros incluso exigieron que se le retirara la nacionalidad.

Los insultos contra Ghribi no son extraños. Otras atletas árabes han sido igualmente insultadas. A la saudí Wojdan Shaherkani, que compitió en la prueba de judo, la llamaron "prostituta" y a la afgana Tahmina Kohistani, también atleta, la calificaron de "vergüenza nacional". Pero la polémica por el traje de Ghribi se distingue porque ha exacerbado el debate sobre la igualdad de género en Túnez un tema álgido en el país que vio nacer la Primavera Árabe. Túnez es uno de los países que más protegían los derechos de las mujeres en el mundo árabe. Ghribi, a diferencia de las competidoras saudí y afgana, compitió sin el hijab. El Código de Estatuto Personal que prohíbe la poligamia y el repudio se promulgó en 1956. El divorcio voluntario, los anticonceptivos y el aborto son legales. No obstante, el borrador de la nueva Constitución redactado a la sombra de Ennahda, el partido islamista que encabeza la coalición del Gobierno tunecino elegido tras la caída del dictador Ben Ali en enero de 2011, considera a las mujeres “complementarias” a los hombres. Miles de tunecinos se lanzaron el lunes a las calles en protesta con esta reforma. El partido en el Gobierno, atrapado entre las exigencias de los salafistas (que, entre otras cosas, abogan por la imposición de la sharia) y la oposición laica que afirma que las reformas conservadoras “traicionan” los ideales que impulsaron la Revolución de los Jazmines, insiste en que no limitará los derechos de la mujer. (...)». O post completo no Blog Mujeres.
E voltando à mulher «complementar ao homem»:
 

 
«ISLAMISMO: mulheres tentam manter Direitos na TUNÍSIA». (pule o anúncio)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AS MULHERES NOS PARALIMPICOS


Hoje é o dia de Abertura dos Jogos Paralimpicos e uma notícia recente  a que não se pode ficar indiferente: Número de mulheres em ação nos Jogos Paralímpicos dobra em duas décadas.
 «O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) anunciou que um número recorde de mulheres estará em ação nos Jogos Paralímpicos de Londres, com início previsto para o dia 29.
Ao todo, serão 1.513 mulheres competindo nas 18 modalidades que fazem parte do programa dos Jogos. Em Barcelona, há 20 anos, apenas 700 atletas do sexo feminino participaram da competição.
O número de mulheres nos Jogos Paralímpicos vem subindo gradativamente nas últimas duas décadas. Foram 790 em Atlanta (1996), 990 em Sidney (2000), 1.165 em Atenas (2004) e 1.383 em Pequim (2008).
No geral, os Jogos Paralímpicos de Londres terão a presença recorde de 4.200 atletas de 166 países. Por enquanto, 2,1 milhões de ingressos já foram vendidos para a competição, e outros 400 mil devem deixar as bilheterias antes do início do evento».
E uma das muitas notícias de hoje, com video, em que é referenciada a representação portuguesa. E o site oficial.

 
e como tudo começou

MULHERES, PAZ E SEGURANÇA


O Relatório de Execução 2011 sobre o Plano Nacional de Ação para Implementação da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas n.º 1325 (2000), sobre «mulheres, paz e segurança» está disponível aqui, no site da CIG, onde se pode ler:
 
«(...)
Aprovada em 31 de Outubro de 2000, a Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas é a primeira Resolução deste Órgão que alerta para o impacto desigual que os conflitos armados têm sobre as mulheres, bem como para a importância da participação das mulheres em todas as fases da resolução de conflitos e dos processos de reconstrução da paz. Este documento sustenta ainda a promoção e defesa da transversalidade da dimensão da igualdade de género na prevenção, gestão e resolução de conflitos armados e em todas as fases dos processos de construção da paz, entendidas no seu sentido mais lato e estrutural, com aplicação tanto em países em processos de conflito armado e de recuperação de conflitos, como em países em paz.
Resolução 1820 do CSNU (2008) sobre "mulheres, paz e segurança" vem reforçar a Resolução 1325 ao reconhecer que a violência sexual é frequentemente um fenómeno que impede a restauração da paz e segurança internacionais.
A Resolução 1888 do CSNU (2009) reafirma a importância de aumentar a representação das mulheres nos processos de mediação e de tomada de decisão no que diz respeito à resolução de conflitos e à consolidação da paz. A referida Resolução apela a uma nova arquitetura das missões de manutenção da paz que dê especial ênfase à proteção das mulheres e crianças, e estabelece novas medidas para tratar a questão da violência sexual em situações de conflito armado, como a nomeação de um Representante Especial e de uma equipa de peritos no recurso à violência sexual nos conflitos armados.
(...)».

Em particular, reparei no seguinte objetivo do Plano: «2.8 — Promover a integração da temática «mulheres, paz e segurança» no âmbito da educação para a cidadania numa perspetiva de educação para a paz»,   através da  atividade «Integrar a temática «mulheres, paz e segurança» na área da educação para a cidadania nas escolas», e pensei que a introdução da  temática nas nossas conversas também deve ter o seu efeito. E, eventualmente, para alguns,  o começo aqui está, no nosso blogue. Continuemos, todas e todos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

AS PRIMEIRAS MULHERES REPÓRTERES

 
Estas mulheres tiveram de lutar, por um lado, contra as arbitrariedades de um regime repressivo e, por outro, contra a arrogância e/ou a insensibilidade dos seus próprios camaradas de profissão, mesmo os mais «progressistas». E lutaram.
Como se viu mais tarde, não bastava, não bastou, derrubar a ditadura para que tudo mudasse.
O que [neste livro] nos é revelado não será propriamente «novidade», salvo para os mais distraídos. Já sabíamos, já pressentíamos, que era assim, que fora assim. Mas não tínhamos «visto», não tínhamos «entrado» desta maneira no interior das redacções, na década em que o mundo ia começar a mudar mas em que a percentagem de mulheres jornalistas sindicalizadas era apenas de dois por cento. É que, como nos lembra Isabel Ventura, em 1960 havia dez mulheres jornalistas sindicalizadas, algumas delas desempenhando apenas funções de apoio. As mulheres que chegavam às redacções estavam confinadas à secção de Sociedade, às páginas culturais, aos suplementos juvenis.[…]
As mulheres que falam neste livro são as que abriram portas para que as coisas começassem mudar nas redacções dos jornais.
Fernando Alves
As mulheres: Alice Vieira, Edite Soeiro, Diana Andringa, Leonor Pinhão, Maria Antónia Palla, Maria Teresa Horta  E a autora do livro: Isabel Ventura.  Veja mais.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

FAZER DA CIÊNCIA E DA INOVAÇÃO UM MUNDO NO FEMININO

A União Europeia está empenhada em conseguir que mais jovens se interessem pela ciência e a fazer da ciência e  inovação «um mundo no feminino». No lançamento da campanha, a 21 de Junho, foi dito: «Perante a necessidade de um milhão de novos investigadores até 2020 na União Europeia, a Comissão lançou hoje uma campanha destinada a interessar as raparigas pela ciência e estimular mais mulheres a escolherem a investigação como carreira. As mulheres constituem mais de metade da população estudantil da UE e 45% dos doutoramentos, mas apenas um terço dos investigadores de carreira. Ainda são também minoritárias nas licenciaturas em engenharia e na indústria transformadora. A campanha, de três anos, começará por procurar interessar adolescentes do sexo feminino pelo estudo das ciências, das tecnologias, da engenharia e da matemática (disciplinas STEM). A tónica alargar-se-á então a todas as estudantes, de um modo geral, estimulando-as a ponderarem carreiras de investigação.
A Comissária europeia responsável pela Investigação, Inovação e Ciência, Máire Geoghegan-Quinn, declarou: «Esta campanha vai mostrar às mulheres e às jovens que a ciência não se resume a velhotes de bata branca. A ciência oferece oportunidades de carreira fantásticas e a possibilidade de marcar uma verdadeira diferença para a nossa sociedade e o nosso futuro. A sub-representação das mulheres num setor tão vital para a nossa economia não faz sentido, numa altura em que a Europa luta por crescimento e emprego. Esperamos que, proporcionando modelos positivos e explicando as opções, poderemos persuadir mais jovens mulheres a abraçarem a ciência.» (+). Mas isto que à partida merecerá a adesão de todos foi marcado por um video «desastrado», este:


 E a controversia instalou-se e a comunicação social deu conta disso:  «Vídeo controverso - Apesar da boa intenção, o arranque da campanha está envolto em polémica. Tudo por causa do spot  da campanha, onde as jovens cientistas são mostradas (ironicamente) com recurso estereótipos, como maquilhagem e saltos altos. A resposta negativa não se fez esperar, inclusive de investigadoras, e o vídeo foi retirado da conta do YouTube @sciencegirlthing. Desde então, a organização tem dado maior enfoque à recolha de testemunhos de investigadoras para mostrar outros exemplos de Ciência no feminino». De facto aravés do site do programa temos acesso a outros videos, por exemplo:


E conhecer «Profiles of Women in science» que são fantásticos.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

terça-feira, 21 de agosto de 2012

MULHERES AMERICANAS - DUAS MULHERES PELA PRIMEIRA VEZ NO AUGUSTA




A notícia:
«Clube nos EUA aceita duas mulheres pela primeira vez

O debate sobre a participação feminina do clube não era novo, mas foi levantado mais uma vez neste ano pelo fato de que a empresa IBM tenha uma mulher como presidente

Washington - O Clube de Golfe de Augusta contará pela primeira vez em sua história com duas mulheres entre seus membros, a ex-secretária de Estado dos Estados Unidos Condoleezza Rice e a investidora financeira Darla Moore, informou nesta segunda-feira a organização do clube.
(...)
O Clube Nacional de Augusta abriu suas portas em dezembro de 1932 e não teve nenhum membro negro até 1990. Até hoje, não tinha tido nenhum membro feminino, embora as mulheres pudessem entrar e jogar em qualidade de convidadas.
Em 2002, a ativista pró-direitos da mulher Martha Burk começou uma série de protestos em frente à entrada do clube para reivindicar que as mulheres pudessem ser admitidas, mas seus esforços na época foram em vão».  A notícia completa.
E o assunto é matéria de  editorial no NYT que começa por sublinhar outras «barreiras» também ultrapassadas este ano: Women at Augusta -What a year this has been for women breaking barriers. Daw Aung San Suu Kyi took a seat in Myanmar’s Parliament. Saudi Arabia, Brunei and Qatar let women compete on their Olympic teams for the first time. And now another bastion of male authority and rigorous devotion to antiquated laws has heeded the call of equality. Continue aqui.
Fez lembrar-me uma cena do filme OUT OF AFRIKA quando a protagonista (Meryl Streep) entra no bar frequentado apenas por homens ...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

MULHERES AFEGÃS


"Mulheres Afegãs - Histórias por detrás da Burka" de Zarghuna Kargar: «(...)Mulheres Afegãs – Histórias por detrás da Burka reúne um conjunto de histórias que foram transmitidas no programa de rádio da BBC «Afghan Woman’s Hour», coordenado e apresentado pela autora Zarghuna Kargar, que permitia aos ouvintes um acesso único a informação sobre variados assuntos, muitos deles considerados tabu mas de importância vital. Rapidamente, este programa tornou-se num dos mais importantes da BBC a nível mundial e numa ferramenta para alertar o mundo para a realidade desta sociedade.
Para além dos testemunhos, este livro dá-nos a conhecer a Sharia - código de conduta da lei islâmica - e tradições relacionadas com, por exemplo, o casamento, família e sexualidade, que condicionam o quotidiano de todas as muçulmanas».
Mais sobre o livro.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

«MAS GOSTO DO QUE AS QUOTAS FAZEM»




O post anterior lembrou-nos um artigo que estava à espera de ser aqui divulgado  que tinha suscitado a atenção do colega Marcelo  que o indicou - Porque as mulheres ainda não podem fazer as perguntas certas de Naomi Wolf,  publicado no jornal  Público, e disponível online. Começa assim:
                                
«Ainda estamos a recuperar, nos Estados Unidos, da celeuma inteiramente previsível sobre uma peça publicada por Anne-Marie Slaughter, antiga directora de Planificação de Políticas no Departamento de Estado e professora na Universidade de Princeton, intitulada “Porque as Mulheres Ainda Não Podem Ter Tudo”. A resposta era previsível porque o artigo de Slaughter é publicado nos EUA por um elenco rotativo de mulheres poderosas (muitas vezes brancas) mais ou menos todos os três anos.
O artigo, independentemente de quem o tenha escrito, lamenta invariavelmente o “mito” de um equilíbrio entre a trabalho e a vida pessoal para as mulheres que trabalham fora de casa, apresenta o telhado de vidro e a exaustão trabalho-casa como uma revelação pessoal, e culpa o “feminismo” por manter esse esquivo “ideal de ter tudo.” E consegue sempre evitar os principais elefantes políticos na sala – o que é especialmente irónico neste caso, já que Slaughter está cansada de formular políticas».E mais adiante: «(...)Os problemas com esses argumentos são inúmeros. Para começar, o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal deixou de ser um assunto das mulheres. Por todo o mundo desenvolvido, milhões de homens que trabalham e têm filhos pequenos também lamentam as horas que passam longe deles, e regressam a casa para suportar o fardo das tarefas domésticas partilhadas. Isto era um “assunto das mulheres” talvez há 15 anos, mas agora é uma tensão ambiental da vida moderna para uma geração de mulheres e homens comprometidos com a igualdade de género.
(...)
“Pessoalmente, não gosto de quotas”, disse Reding recentemente. “Mas gosto do que as quotas fazem.” As quotas provocam acção: elas “abrem o caminho à igualdade e rompem o telhado de vidro”, de acordo com Reding, um resultado presenciado em França e outros países com provisões juridicamente vinculativas para colocar mulheres em posições empresariais de topo.
Entendo as reticências de Reding – e a sua frustração. Também não gosto de quotas; são contrárias à minha crença na meritocracia. Mas, quando consideramos os obstáculos para conseguir o ideal meritocrático, parece realmente que um mundo mais justo tenha que ser temporariamente mandatado. (...)».
Este artigo foi traduzido do Project Sindycate e desta form também se divulga para quem o desconheça.





E sobre Naomi Wolf é só procurar na web para se ficar a saber mais, e, desde logo, no seu site,  mas no próprio Project Syndicate pode ler-se: «Naomi Wolf is a world-renowned public intellectual who played a leading role in so-called “third-wave” feminism and as an advocate of “power feminism,” which holds that women must assert themselves politically in order to achieve their goals. She has advised the presidential campaigns of Bill Clinton and Al Gore. Her books include The Beauty Myth and The End of America».






terça-feira, 14 de agosto de 2012

«DIRECÇÃO FEMININA INOVA»




Pode ler-se no jornal Correio da Manhã online de hoje:
Direcção feminina inova

Novos tempos, novo rumo para o DocLisboa, que, a dois meses do arranque, já tem as linhas-mestras bem definidas. E por uma nova direcção: feminina, mas não feminista, no que toca à "coerência e coesão" do cartaz que abre com chave-de- ouro. E assinatura nacional

(...)
"Abrir com um filme português é também um acto simbólico para reforçar a visibilidade do cinema nacional", explica Susana de Sousa Dias, uma das quatro directoras do certame. A ela juntam-se Cíntia Gil, Ana Jordão e Cinta Pelejà.
Além do novo modelo colectivo de gestão, o festival tem agora duas novas secções. ‘Os Verdes Anos', dedicada ao cinema produzido no âmbito escolar e onde se pretende dar voz aos jovens cineastas e um espaço de debate, como resume Cinta Pelejà, e o ‘Cinema de Urgência', que reúne filmes "feitos no momento".
(...)
O resto da notícia.  E bom será quando o ser «feminina» não seja notícia, por ser normal as mulheres ocuparem lugares de Direção em igualdade com os homens. Mas ainda estamos longe, por isso é de assinalar o caso, e por maioria de razao por ser na «cultura» o que preferencialmente nos ocupa aqui no Em Cada Rosto IgualdadeE saiba mais sobre o Festival.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

100 PORTUGUESAS COM HISTÓRIA


 Acabo de saber deste livro:100 Portuguesas com História Mulheres poderosas que fizeram a diferença no seu tempo de Anabela Natário (ver coluna da direita do Blogue). Uma sinopse: Da poderosa Mumadona Dias, que no século XI contribuiu para que Guimarães se tornasse o mais importante centro do condado, passando por Catarina Dias Aguiar, empresária da época dos Descobrimentos, Antónia Rodrigues, a Cavaleira Portuguesa que combateu os mouros, Leonor da Fonseca Pimentel, intelectual e líder revolucionária do século XVIII, até Regina Pacini, a cantora lírica aplaudida em teatros do mundo inteiro, e Maria de Lurdes Sá Teixeira, a primeira aviadora portuguesa, conheçamos a vida de 100 mulheres portuguesas, figuras mais ou menos esquecidas pela História, mas que fizeram a diferença no seu tempo, «pelo valor da história de vida de cada uma» - (+). E uma entrevista com a autora.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A MULHER NA OBRA DE JORGE AMADO


No centenário de Jorge Amado não podiamos esquecer  a «mulher» na sua obra. Com facilidade na web encontramos material sobre o assunto. Por exemplo daqui retiramos:
«(...)
A presença da mulher na obra de Jorge Amado é forte e quase tão importante quanto sua obra em si -não à toa, são elas o principal alvo das mais famosas adaptações feitas para o cinema e TV de seus livros: Tieta, Gabriela, Dona Flor, Tereza Batista.
Mulheres do povo, morenas e sensuais, onde o escritor despejou toda a sua paixão pelo sexo feminino, personificada, na vida pessoal, na figura de Zélia Gattai, a companheira de mais de meio século (descendente de italianos, completamente diferente, pelo menos no físico, das heroínas criadas pelo marido; embora, como disse ele, possua "o dengue, o requebro, o samba no pé").
"A mulher é o eixo em vários romances de Jorge Amado. O homem tem um papel secundário, as coisas giram em torno delas", diz a professora de literatura brasileira da Universidade Estadual de Feira de Santana Denise Ribeiro Patrício, autora de "Imagens de Mulher em Gabriela" (Fundação Casa de Jorge Amado). (...).
Entretanto,  na comemoração da efméride, uma visita (ainda que virtual) à Fundação Casa de Jorge Amado  é capaz de ser uma boa ideia, bem como a leitura da excelente edição do JL centrada no escritor .

 

CPLP E IGUALDADE DE GÉNERO

Aplica-se: «um blogue feito pelos seus leitores». De facto, foi uma leitora que nos chamou a atenção para a Resolução sobre a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres da IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O texto:
Resolução sobre a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres
O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), reunido em Maputo, na sua XVII Reunião Ordinária, no dia 19 de Julho de 2012;
Reafirma os compromissos, internacionalmente assumidos, relativos à promoção e respeito pelos direitos humanos das mulheres, incluindo em matéria de Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres;
Reitera os compromissos adotados no âmbito da CPLP em matéria de Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres, nos termos assumidos pelas/os Ministras/os responsáveis pela Igualdade de Género da CPLP para a execução de um Plano de Ação, adotado em Luanda a 11 de Maio de 2011, na sequência da adoção do Plano Estratégico de Cooperação para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres, e apela para que se envidem todos os esforços na sua implementação por todos os Países da CPLP;
Manifesta a sua convicção de que não pode haver desenvolvimento sustentável sem efetiva Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres, no pleno gozo dos seus direitos civis, políticos, económicos, culturais e sociais, incluindo os direitos sexuais e reprodutivos;
DECIDE:
Apelar para que seja oficialmente instituído o Secretariado Técnico Permanente para a Igualdade de Género, enquanto mecanismo destinado a assegurar o acompanhamento das Reuniões de Ministras/os responsáveis pela área da igualdade;
Relembrar às autoridades governamentais, na eventualidade de ainda não o terem feito, a necessidade de procederem à nomeação do Ponto Focal de Género, de acordo com o regimento interno das Reuniões Ministeriais de Igualdade de Género da CPLP, de modo a facilitar a implementação das medidas aprovadas nesta área.
Feita em Maputo a 19 de Julho de 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

PROTEÇÃO DA MATERNIDADE


No Diário da República de hoje publicada a Resolução da Assembleia da República n.º 108/2012 que «Aprova a Convenção n.º 183, Relativa à Revisão da Convenção (Revista) sobre a Proteção da Maternidade, 1952, adotada pela Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, na sua 88.ª Sessão, realizada em Genebra em 15 de junho de 2000» e onde se pode ler, por exemplo:

«(...)Devem ser asseguradas prestações médicas à mãe e à sua criança, de acordo com a legislação nacional ou qualquer outro modo conforme com a prática nacional. As prestações médicas devem compreender os cuidados pré -natais, os relativos ao parto, os posteriores ao parto e a hospitalização, se for necessária.
(...)
 1 — É proibido ao empregador despedir uma mulher durante a sua gravidez, durante a licença referida nos artigos 4.º ou 5.º, ou durante um período posterior ao seu regresso ao trabalho a determinar pela legislação nacional,excepto por motivos não relacionados com a gravidez, o nascimento da criança e as suas consequências, ou a amamentação. Cabe ao empregador o ónus de provar que os motivos do despedimento não são relacionados com a gravidez, o nascimento da criança e as suas consequências, ou a amamentação.
2 — A mulher deve ter o direito de retomar o mesmo posto de trabalho ou um posto equivalente com a mesma remuneração quando regressar ao trabalho no final da licença por maternidade.
(...)»
É sempre bom saber.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO

Ao termos conhecimento da SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO não podiamos deixar de lhe fazer referência. A notícia sobre o assunto no Mercado Ético: «Começou na quarta-feira (1º) e segue até a próxima terça-feira (7) a Semana Mundial do Aleitamento Materno, data instituída para chamar atenção à importância deste ato para a saúde do bebê e da mãe. Durantes estes dias, serão realizadas atividades informativas e de conscientização em vários países para incentivar as mães a alimentarem exclusivamente com leite materno pelo menos até os seis meses». (+) E pensamos que tem todo o interesse divulgar o site português AMAMENTAR onde, por exemplo,  se pode saber  sobre a Declaração de Innocenti e muito mais. Subjacente à Declaração está que «O Aleitamento Materno é um processo único e uma actividade que, mesmo tomada isoladamente, é capaz de:
  • reduzir a morbilidade infantil ao diminuir a incidência de doenças infecciosas;
  • proporcionar nutrição de alta qualidade para a criança, contribuindo para o seu crescimento e desenvolvimento;
  • contribuir para a saúde da mulher, reduzindo riscos de certos tipos de cancro e de anemia e ampliando o espaçamento entre partos,
  • proporcionar benefícios económicos para a família e a nação;
  • quando bem adoptado, proporcionar satisfação à maioria das mulheres;
  • E que pesquisas recentes demonstram que:
  • estes benefícios aumentam com a exclusividade do aleitamento materno na infância e com a manutenção do aleitamento na época de introdução da alimentação complementar;
  • intervenções programadas podem resultar em mudanças positivas de comportamento em relação ao aleitamento materno»,

CHAVELA VARGAS MORREU


 No jornal Público: Sobre Chavela, o realizador espanhol Pedro Almodovar disse um dia: “Não acredito que haja neste mundo um palco suficientemente grande para ela”. E homenageou-a, usando as músicas dela em vários dos seus filmes. E no mesmo jornal:Vargas, nascida em 1919 em San Joaquin de Flores, Costa Rica, era uma mulher que desafiava as convenções – vestia-se como um homem para cantar rancheiras (canções tradicionais mexicanas cantadas habitualmente por homens), usava uma pistola, bebia muito e fumava ainda mais.
Depois de uma infância difícil, marcada por uma má relação com os pais, aos 14 anos imigrou para o México onde, recorda a Associated Press, ainda adolescente começou a cantar nas ruas. Só quando já tinha passado os trinta anos é que iniciou a carreira profissional, durante a qual gravou 80 álbuns, tornando-se uma figura de referência na explosão artística mexicana de meados do século XX. Foi amiga dos pintores Frida Kahlo e Diego Rivera e do escritor espanhol Federico Garcia Lorca.
(+). 



domingo, 5 de agosto de 2012

HOJE FAZ 50 ANOS QUE MARILYN MONROE MORREU



Na morte de Marilyn
Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher
Não havia no fundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e ao abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decida dissecar
analisar partir multiplicar em partes
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser até ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou.
Ruy Belo

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

IV PLANO NACIONAL PARA A IGUALDADE (2) - IGUALDADE COMO FACTOR DE COMPETITIVIDADE



Continuemos a divulgar o IV PLANO NACIONAL PARA A IGUALDADE - Género, Cidadania e não Discriminação - com mais um excerto do Preâmbulo:

«PRINCIPALMENTE DE MULHERES»


Comecemos este mês de Agosto com a exposição que hoje se inaugura na Biblioteca Nacional - IRMÃOS GRIMM: VIDA E OBRA. Sobre a exposição o    jornal i de hoje tem um trabalho, de onde retiramos (destaque nosso): 
«(...)
Os irmãos dedicaram-se a pesquisar e estudar estas histórias, ora contadas por autores anteriores, ora por pessoas ditas normais, anciãos ou outra gente na posse de narrativas fantásticas. “Há uma ideia, que começou a correr no século XIX, de que os irmãos teriam feito viagens por toda a Alemanha, conversado com o povo e recolhido os contos in loco. Nada disso aconteceu. Os Grimm eram muito sedentários e a recolha foi feita na cidade de Kassel. Eles pediram a amigos e conhecidos que lhes enviassem – a maior parte das vezes por escrito – contos da tradição oral que conhecessem”, conta-nos Maria Teresa. Os retratos que vemos nas paredes, principalmente de mulheres, são as tais correspondentes que ajudaram os irmãos. A maior parte destes amigos eram da classe média-alta, com uma excepção. Também retratada em tons escuros, podemos ver Dorothea: “Talvez a única mulher do povo que contou histórias aos Grimm directamente”, continua a professora. (...)».
E podemos saber mais no site da BN, por exemplo:«(...)O espectro da recepção internacional da obra dos Grimm excede, contudo, em muito a tradução e edição de contos para leitura de crianças. Com a investigação pioneira da literatura e tradições populares numa via de rigor filológico, Jacob e Wilhelm Grimm tornaram-se figuras tutelares do movimento etnográfico europeu, e a sua colecção de contos constituiu-se como ponto de referência de muitos trabalhos congéneres realizados um pouco por toda a Europa. Portugal não constituiu excepção. Os fundadores da etnografia portuguesa, entre eles, Adolfo Coelho e Teófilo Braga, reportam-se repetidamente aos dois filólogos alemães, não apenas nas suas recolhas de contos populares portugueses, como em muitos outros trabalhos, em áreas tão diversas como as da literatura tradicional, da mitologia popular, da história da língua, ou mesmo do direito. (...)».