Nos últimos dias o tema fez o seu caminho na comunicação social, por exemplo, no jornal Público o trabalho do recorte da imagem. Enfim, possibilidades cientificas e tecnológicas e, associado, novas problemáticas. Quem pensaria que a causa nobre do equilibrio entre o trabalho e a vida pessoal e familiar nos levaria até aqui! Excertos do Público:
«As mulheres que trabalham no Facebook e na Apple, nos Estados Unidos, e queiram adiar a maternidade e continuar a apostar na carreira podem optar pela criopreservação de ovócitos agora de forma gratuita. As duas empresas estão dispostas a pagar os custos associados ao congelamento de óvulos.
A Apple está disponível para assumir os custos do procedimento a partir de 1 de Janeiro do próximo ano, mas apenas para as suas funcionárias a trabalhar nos Estados Unidos. "Queremos dar poder às mulheres na Apple para fazerem o melhor trabalho das suas vidas enquanto cuidam dos seus entes queridos e criam as suas famílias", explicou a empresa num comunicado enviado à ABC News.
A empresa de tecnologia californiana sublinha que esta decisão vem reforçar os benefícios que oferece às suas trabalhadoras, nomeadamente através do prolongamento da licença de maternidade e da criopreservação de ovócitos, como parte do seu apoio aos tratamentos de infertilidade. Além destas comparticipações, a Apple realça também que oferece um programa de assistência à adopção de crianças, com a empresa a reembolsar os funcionários pelas despesas inerentes ao processo.
(...)
A razão que suporta a decisão das suas empresas pode ser explicada com a tentativa de equilibrar os géneros no seu pessoal. Números avançados este ano pela Apple e Facebook indicam que cerca de 70% dos seus trabalhadores são homens. Há ainda a possibilidade de com medidas como esta se cativar mais mulheres e talentos femininos a pensarem em entrar no mercado de trabalho da área da tecnologia.
Por outro lado, surge também a questão se as empresas não estarão a exigir demasiada dedicação às suas funcionárias, ao adiarem a maternidade em benefício da companhia, ou se estas têm a responsabilidade de entregarem todos os esforços à entidade empregadora e deixar a família para um segundo plano.
Kellye Sheehan, da organização norte-americana Women in Technology, admitiu ao USA Today que este incentivo é positivo, nomeadamente para mulheres sem capacidade financeira, mas questiona se não se estará a pressionar a mulher a alterar as suas prioridades. “Concordo que as mães têm muito com o que lidar. Mas não podemos deixar o nosso empregador forçar-nos a algo que não corresponde aos nossos valores e escolhas pessoais”. (...)». Leia na integra.
Sobre este assunto um outro trabalho, agora do jornal Expresso, também online: "Não é aceitável mandar as funcionárias congelar os óvulos"
donde: «(...) Além de considerar a medida "eticamente inaceitável" e "discriminatória" dos direitos da mulheres, Miguel Oliveira diz ainda que não é garantia de ter uma gravidez saudável mais tarde. "O que interessa ter um óvulo jovem num útero com problemas, cheio de miomas, por exemplo?" O médico sublinha que, do ponto de vista biológico, um útero não é o mesmo aos 30 anos do que aos 40, por isso, de nada vale ter óvulos jovens. "Não é minimamente aceitável mandar as funcionárias retirar os óvulos e congelá-los. As pessoas têm de se unir para combater esta atitude"", reforça. (...)». +.
Ainda sobre esta questão, escolhemos o post Deja para mañana la maternidad do blogue Mujeres do El País.
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