Está a decorrer, na Biblioteca Nacional , o Congresso da imagem, e ontem houve um Painel sobre MULHERES E REPÚBLICA. Já passou, mas, ainda assim, o debatido:
Assistimos ao painel, a nosso ver muito produtivo, e do que se abordou escolhemos para continuar a lembrar: BEATRIZ PINHEIRO, uma mulher que não pode estar no esquecimento como lá foi afirmado.
Beatriz Pinheiro
Segundo Ana Bela Silveira: «Beatriz Pinheiro, republicana, feminista, pedagoga, escritora, membro da Liga Portuguesa da Paz e defensora da participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial, correligionária de Afonso Costa no Partido Democrata, natural de Viseu, onde nascera em 1872, foi uma das vozes inovadoras do pensamento feminista português, tendo publicado na revista Ave Azul, que viu a luz nos dois derradeiros anos do século XIX, textos que tocaram indelevelmente o ideário e a prática das feministas lusas nas primeiras décadas de novecentos.
Pena desassombrada e corajosa, Beatriz Pinheiro usou as
páginas da revista Ave Azul, de que era directora juntamente com seu marido,
Carlos de Lemos, para, ao longo de dois anos - 1899 e 1900 -, defender a
igualdade entre sexos, o direito das mulheres a uma educação em tudo similar à
dos homens, a que se juntava o direito à escolha de uma profissão e ao trabalho
justamente remunerado.
No fascículo nº 8, com a data de 13 de Junho de 1899, aproveitando para criticar o dote que a jovens levavam para o casamento, Beatriz Pinheiro discorre pela primeira vez sobre a exploração das mulheres pelos homens, a falta de perspectivas em que estas viviam, por falta de instrução e de mercado de trabalho, acabando por equiparar a luta feminina ao levantar dos servos contra Roma e aos acontecimentos da Comuna de Paris. Mas ao defender o direito da mulher à educação e ao trabalho, Pinheiro não esquece o homem, que não vê como inimigo, mas nele reconhece o outro igual». Continue a ler. E saiba mais no Blogue Silêncios e Memórias.
No fascículo nº 8, com a data de 13 de Junho de 1899, aproveitando para criticar o dote que a jovens levavam para o casamento, Beatriz Pinheiro discorre pela primeira vez sobre a exploração das mulheres pelos homens, a falta de perspectivas em que estas viviam, por falta de instrução e de mercado de trabalho, acabando por equiparar a luta feminina ao levantar dos servos contra Roma e aos acontecimentos da Comuna de Paris. Mas ao defender o direito da mulher à educação e ao trabalho, Pinheiro não esquece o homem, que não vê como inimigo, mas nele reconhece o outro igual». Continue a ler. E saiba mais no Blogue Silêncios e Memórias.
Trazemos também o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, que não tem a divulgação merecida, como sublinhado na conferência, recorrendo a este texto de um dos oradores - João Esteves (o autor do Blogue acima mencionado) - que começa assim:
Fundado em Março de 1914, sob a égide da
médica ginecologista Adelaide Cabete (1867-1935), o Conselho Nacional das
Mulheres Portuguesas tornou-se na mais importante e duradoura organização de
mulheres da primeira metade do século XX português e foi a única a lograr
perdurar para além do Armistício, mantendo actividade ininterrupta até 1947,
quando as autoridades salazaristas determinaram o seu
encerramento.
A
primeira tentativa de se fundar em Portugal um Conselho terá surgido ainda na
primeira década, quando Carolina Michaëlis de Vasconcelos apresentou à escritora
Olga de Morais Sarmento a canadiana Mrs. Sânford, “vinda de longe, em viagem de propaganda, a
fim de tentar a formação de um Conselho Nacional de Mulheres portuguesas
dispostas a trabalharem energicamente a favor do Bem”[2]. Num cartão, não datado, Carolina
Michaëlis sugere-lhe que reunisse “em
sua casa algumas senhoras que falam inglês - e que desejam colaborar no
movimento feminista”, já que “prestava-nos, com certeza, um grande
serviço”, podendo recorrer àquelas que constituíam a Liga Portuguesa da
Paz. Tais diligências não tiveram consequências e só em 1914 é que ele se
concretizaria, em resultado do empenho de Magalhães Lima, “grande republicano e
incansável propagandista das ideias novas”[3], e da feminista Adelaide
Cabete. Continue a ler.
De facto, há muito a que dar visibilidade.
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