«Escrito
como paródia aos folhetins românticos, O Que
Fazem Mulheres começa
com um diálogo entre mãe e filha: a primeira tenta convencer a segunda a casar-se
por dinheiro e não por amor.
Esta é a
história de Ludovina, uma jovem bela, de origem fidalga, mas sem dote que lhe
possa arranjar marido. Sem intenções sérias, namora-a Ricardo de Sá, ambíguo
«homem fatal», que dela diz esta frase desonrosa: «Lisonjeia um amante, mas
não pode satisfazer as complicadas necessidades dum marido.» E há outro homem,
João José Dias, regressado do Brasil, muito rico, muito velho, muito gordo.
Esta é,
afinal, a história em que o fortuito arremesso de um charuto desencadeia
excessos emocionais, nos quais encontraremos, como Camilo anuncia, «bacamartes
e pistolas, lágrimas e sangue, gemidos e berros, anjos e demónios».
Publicado
em 1858, O Que Fazem Mulheres é um «romance filosófico», no sentido em que dele se podem retirar
lições, por meio de máximas que exprimem uma filosofia da vida ou que proclamam
ideias gerais sobre os dramas e os sentimentos do ser humano». +.
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