O LISBON & ESTORIL FILMS FESTIVAL 15 está a decorrer. E tem uma oferta diversificada: «(...)Mais do que uma mostra de filmes, o LEFFEST quer dar ao
espectador a possibilidade de confrontar ideias, ter voz activa, participando
das experiências de vida e reflexões de cineastas, pensadores e artistas.
Experiências e reflexão que o LEFFEST propõe no grande écran - através de uma
programação diversificada que abrange as melhores produções cinematográficas,
consagradas e emergentes - e ao vivo, nas várias manifestações artísticas,
masterclasses, debates e simpósios programados a cada edição. (...)». O melhor a ir ao site do Festival: neste endereço.
Do muito que se poderá assinalar, o «La academia de las musas» despertou a nossa atenção:
HORÁRIOS
CASINO ESTORIL
Sexta 13 | 16:00H
CINEMA MEDEIA MONUMENTAL Sala 1
Sábado 14 | 17:00H
Sobre a obra:
«(…). Dos treze títulos a concurso (e com a ressalva de não termos
podido ver os filmes de Jerzy Skolimowski, Kiyoshi Kurosawa ou João Salaviza),
a nossa chamada de atenção vai, de caras, para o novo trabalho do catalão José
Luis Guerín (“La Academia
de las Musas”). O que temos? No início, apenas isto: o registo documental das
várias sessões de um curso, onde — em constante debate com as suas alunas — um
professor de filologia da Universidade de Barcelona se propõe pensar a função
literária das musas. Não será preciso esperar muito, porém, até que este
documentário académico se deixe contaminar pela ficção (como, aliás, quase
sempre acontece no cinema híbrido de Guerín). Com efeito, “La Academia de las Musas”
cedo sairá das salas de aula, mostrando-nos como, fora delas, o professor e as
alunas vão alternativamente assumindo, numa relação de mútuo vampirismo, os
papéis do sedutor e do seduzido. Nesse gesto, as personagens acabarão por
incorporar as ideias sobre as quais haviam discutido, e o filme, esse,
transformar-se-á num belíssimo ensaio sobre a relação do masculino e do
feminino, da teoria e da prática, da palavra e da ação — pares de contrários que, neste quadro, comunicam a todo o
instante, por força do desejo intelectual ou sexual que vai atraindo os corpos
entre si. Talvez seja por isso que Guerín procura filmar as personagens por
trás de superfícies espelhadas (os vidros dos carros, dos cafés...), onde os
seus rostos se descobrem transfigurados pelos reflexos que sobre eles se
imprimem. Pois, aqui, trata-se em última análise de mostrar como cada plano de
existência (o do quotidiano, o da literatura...) se reflete de maneira
inevitável em todos os outros. (…).VASCO BAPTISTA MARQUES - Revista E | Expresso | 7.11.2015. (os destaques são nossos).
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