sexta-feira, 6 de março de 2015

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES | AS DISPARIDADES SALARIAIS | Hoje 6 de Março: «Dia Nacional da Igualdade Salarial»


Francisco Giler, Equateur

A caminho do Dia Internacional das Mulheres concentremo-nos  nas disparidades salariais. Para começar o cartaz  da imagem,  que já foi post, e recordemos que hoje é  o Dia Nacional da Igualdade Salarial - 6 de março. Boa ocasião para se chamar a atenção para o «I RELATÓRIO SOBRE DIFERENCIAÇÕES SALARIAIS POR RAMOS DE ATIVIDADE» de junho de 2014:



Lá pode ler-se:  «no ponto 3. “Diferenciações salariais – uma análise quantitativa e qualitativa”, é de destacar, em síntese, as suas seguintes principais conclusões (ponto 2. “Diferenciações salariais – principais conclusões”):
  • As disparidades salariais variam em função dos níveis de qualificação, dos níveis de habilitações literárias e académicas, bem como da atividade económica. 
  •  No que respeita aos níveis de qualificação, constata‐se que o diferencial salarial entre mulheres e homens, desfavorável às mulheres, é diretamente proporcional aos níveis de qualificação, ou seja, quanto mais elevado é o nível de qualificação maior é o diferencial salarial, sendo, portanto, particularmente elevado entre os quadros superiores. 
  •  O diferencial salarial, em desfavor das mulheres, aumenta conforme vai aumentando a escolaridade, sendo menor para quem possui habilitação inferior ao 1.º ciclo do ensino básico, do que para quem possui o ensino superior. 
  •  Verifica‐se que, em relação às remunerações de base e aos ganhos por atividade económica, na generalidade, o diferencial salarial entre mulheres e homens, a favor destes, é mais acentuado nas atividades onde a participação feminina é maior. Em contrapartida, é nas atividades onde os homens predominam que os diferenciais salariais são menores ou a favor das mulheres». Continue a ler no Sumário Executivo.
E a propósito, no site do World Economic Forum: 

Terminemos com o que a Professora Sara Falcão Casaca   escreveu no passado dia 4  no Jornal i (sublinhados nossos):

«Em Portugal as mulheres auferem em média menos 18% que os homens de remunerações de base e menos 21% quando observamos os ganhos em geral (componente que inclui prémios, subsídios…). Para evidenciar o gap salarial, vários países da UE têm ilustrado o diferencial em função dos dias de trabalho. Por cá ficamos a saber que, para conseguirem obter as mesmas remunerações que os homens, as mulheres trabalham mais 65 dias por ano. Pelo contrário, para haver igualdade salarial, basta-lhes a eles começar a trabalhar na presente semana – ou seja, a partir do próximo dia 6 de Março. Mas, atenção, estes cálculos nem sequer contemplam o trabalho gratuito não remunerado, que continua a ser essencialmente assegurado pelas mulheres. 
De acordo com o “The Global Gender Gap Report 2014” (relatório do Fórum Económico Mundial que procura retratar a situação de 142 países), Portugal ocupa presentemente o 39.º lugar no ranking do Gender Gap Index; no entanto, quando se trata do indicador “salário igual para trabalho similar”, o país decresce para uma posição francamente alarmante – 97.º lugar. Entretanto, um estudo coordenado pela economista e feminista Heidi Hartmann, de 2012, sublinha que a economia norte-americana teria gerado uma riqueza equivalente a 447,6 mil milhões de dólares se houvesse igualdade salarial entre homens e mulheres, ao mesmo tempo que a taxa de pobreza teria diminuído consideravelmente. Eis, portanto, a nota que se impõe numa altura em que alguns (outros) números são particularmente considerados: “Mind the gap. Please mind the gap!”».




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