terça-feira, 22 de dezembro de 2015

OBJETOS PORTADORES DE ESPERANÇA





The Lampedusa Cross was made specially 
for the museum by an Italian carpenter



«Cruz de Lampedusa entra no British Museum
Uma cruz composta por destroços de uma barcaça de refugiados que naufragou em 2013, próximo de Lampedusa, causando a morte de 366 pessoas, foi a última aquisição do diretor do British Museum, de Londres, Neil MacGregor, que deixou o cargo esta sexta-feira.
Com 38 cm de altura, a cruz foi elaborada pelo carpinteiro italiano Francesco Tuccio, que vive na ilha onde ocorreu a tragédia.
A embarcação transportava, através do Mar Mediterrâneo, mais de 500 refugiados provenientes da Eritreia e da Somália, tendo sobrevivido 151. Entre os sobreviventes do naufrágio estavam muitos eritreus cristãos que fugiam do seu país de origem.
Tuccio conheceu as suas histórias ao frequentar a igreja do seu bairro, e deste encontro surgiu-lhe a ideia de recolher restos da madeira do barco para fazer cruzes que evocassem a salvação dos refugiados e, ao mesmo tempo, fossem símbolo de esperança para o futuro.
A notoriedade mundial aconteceu quando o papa Francisco usou uma das criações de Tuccio durante a celebração da missa em Lampedusa, aquando da sua primeira visita oficial fora de Roma após ter sido eleito, precisamente para evocar os refugiados mortos e o seu drama.
Os responsáveis do British Museum interessaram-se pelas cruzes de Tuccio e sondaram-no sobre a possibilidade de adquirir uma. O carpinteiro ofereceu uma, e quando o museu lhe agradeceu, ele respondeu, por escrito: «Eu é que devo agradecer-vos por chamarem a atenção para o fardo simbolizado por esta pequena peça de madeira».
«A obra de Tuccio permitirá a todos os visitantes refletir sobre este momento significativo da história da Europa, um grande processo migratório que pode mudar a maneira como concebemos o nosso continente», explicou à BBC o diretor do museu, instituição que pode ser visitada gratuitamente todos os dias.
«Ao longo dos anos fiz com que o museu adquirisse objetos maravilhosos, muito preciosos ou muito humildes; todos, cada um a seu modo, portadores de esperança», acrescentou Neil MacGregor». Tirado daqui.

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