terça-feira, 30 de junho de 2015

FESTIVAL DE TEATRO DE ALMADA 2015 | Tempo de fazermos as nossas escolhas | VAI DE 4 A 18 DE JULHO



O Festival de Teatro de Almada aí está,  uma vez mais. E novamente a  possibilidade de se contar com a força da arte, na circunstância do teatro, para   temáticas de que nos ocupamos aqui no Em Cada Rosto Igualdade. E devíamos ficar por aqui, quando muito  encaminhar para este endereço onde de forma rápida se pode saber dos Espectáculos deste ano de 2015, e para quem esteja interessado/a  e ainda não o tenha feito, de maneira informada, fazer as suas escolhas. Mas ousamos assinalar alguns dos espectáculos:

HAMLET

«Em Hamlet coloca-se em cena o confronto entre duas gerações. O grupo de jovens constituído pelo protagonista e pelos seus amigos leva a sério os valores em nome dos quais se organiza a sociedade. Os mais velhos, todavia, já não acreditam nesses mesmos valores, exercendo o poder que têm com cinismo. A certa altura, o príncipe Hamlet recorre ao teatro: “Ouvi contar que certos criminosos, assistindo a uma peça, foram de tal forma, e até ao fundo da alma, atingidos pela arte da cena que logo confessaram os seus maus actos” . A tragédia, porém, não se compadece com as suas nobres intenções». +

IL RITORNO A CASA | O REGRESSO A CASA

«Mas O Regresso a Casa constitui também o regresso de Pinter ao palco do Teatro Nacional D. Maria II, depois de no ano passado os Artistas Unidos terem estreado na Sala Garrett esta obra-prima do Nobel da Literatura britânico. Stein nunca havia visitado Pinter, mas há já 50 anos, quando assistira à estreia londrina do texto, que desejava dirigir esta peça. Para o encenador alemão, em O Regresso a Casa estamos “numa selva, na qual todas as obsessões sexuais masculinas desta família de serpentes se projectam na única mulher em cena: o mal-estar recíproco dos protagonistas fá-los sofrer a todos, mas é, ao mesmo tempo, aquilo que os mantém unidos”». +


LIVADA DE VISINI | O GINJAL

«Num palco coberto de branco – uma alvura que invade a plateia, por meio de uma passarela – os actores do Teatro Nacional de Cluj-Napoca interpretam um dos textos clássicos da dramaturgia ocidental, no qual o director italiano, Roberto Bacci, realça o tempo como tema tchecoviano por excelência. “O tempo é feito de muitas coisas: como é que reagimos à transformação? Ao nosso envelhecimento e ao dos que nos são próximos? ”. A um cerejal que representa a melancolia, o passado, e a tranquilidade de um mundo tradicional vai chegar o jovem empreendedor Lopakhin, representante da modernidade – do progresso». +


A DAMA DO MAR

«Procurando pela primeira vez unir realismo com simbolismo, Ibsen procurou denunciar as falsas aparências da sociedade burguesa do seu tempo. Tanto os alçapões que subjazem à ideia que temos acerca da heterossexualidade, como o preconceito sobre a assunção do desejo feminino, faziam soar os sinos da moralidade norueguesa do século XIX. E porventura os da sociedade brasileira nossa contemporânea. E os da portuguesa?». +


FRÄULEIN JULIE | A MENINA JÚLIA

«Com A menina Júlia Katie Mitchell traz pela primeira vez a Portugal a sua técnica dramatúrgica híbrida, entre o teatro e o cinema, segundo a qual o espectáculo passa a consistir inclusivamente no virtuosismo de um filme realizado em directo, no qual, segundo a encenadora, co-existem “um imperativo tecnológico e um imperativo poético”. Em dois ecrãs colocados por cima do cenário partilhado por actores ecameramen são projectados os grandes planos a que o público não tem acesso, dada a distância que o teatro inevitavelmente coloca entre o palco e a plateia: “Só no rosto existem duzentos músculos; numa sala de teatro, a partir da quarta ou quinta filas, deixa-se de poder ver esses músculos trabalhar”». +

Neste caso, sobre a encenadora: «Katie Mitchell (n. 1964) foi encenadora associada da Royal Shakespeare Company e do National Theatre de Londres. A imprensa criou-lhe o epíteto de “desempoeiradora dos clássicos”, graças à sua predilecção por autores como Eurípedes, Ésquilo ou Tchecov. Conjuntamente com o realizador Leo Warner tem desenvolvido uma técnica de encenação que explora as fronteiras entre o teatro e o cinema. As suas encenações de teatro e ópera têm sido apresentadas em cidades como Dublin, Copenhaga, Milão, Nova Iorque – e nos festivais de Avignon, Salzburgo e Aix-en-Provence».

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Por fim lembrar que uns  espectáculos  são em Almada e outros em Lisboa.



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