A escritora Ana Teresa Pereira conquistou o Grande Prémio de Romance e Novela, com o romance O Lago, anunciou na última quarta-feira a Associação Portuguesa de Escritores (APE).
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Para o poeta e ensaísta Manuel Gusmão, este prémio, ao mesmo tempo que valoriza a qualidade deste romance em particular, é também o reconhecimento da importância “da obra de Ana Teresa Pereira como um todo”. Gusmão lembra que a autora vem publicando, desde o final dos anos 80, “quase um livro por ano”, e salienta o seu “universo muito pessoal, marcado pelos sucessivos “desdobramentos das suas personagens” e por um constante “jogo com o teatro e com o cinema”. Em
O Lago, diz Gusmão, o habitual clima de mistério dos livros de Ana Teresa Pereira “adensa-se até à inquietação e à ameaça”. Numa nota de congratulação pelo prémio agora atribuído a Ana Teresa Pereira, a Relógio D’Água, editora de O Lago e de boa parte dos livros da autora, recorda que a sua obra foi “elogiada por críticos como Eduardo Prado Coelho, António Guerreiro e Manuel de Freitas” e que, além de ter recebido vários prémios literários, tem sido traduzida em castelhano e italiano. No entanto, sendo verdade que esta obra, inaugurada em 1989, teve sempre admiradores rendidos e algum reconhecimento crítico, nem por isso Ana Teresa reira deixa de ser, entre os grandes ficcionistas portugueses de hoje, uma das autoras mais discretas, para não dizer secretas, e mais difíceis de catalogar. (...)» - in jornal Público, edição impressa.
E da biografia de Ana teresa Pereira: «Nasceu em 1958 no Funchal, onde vive. Ainda estudante e guia intérprete, viu publicado em 1989 o seu primeiro livro, Matar a Imagem, com o qual ganhou o Prémio Caminho Policial. Em 1990 na colecção Campo da Palavra publicou o romance As Personagens. Estreou-se na literatura infantil com A Casa da Areia e A Casa dos Penhascos, dando assim início a uma nova colecção para jovens. Desde o seu primeiro livro tem vindo a publicar regularmente. A singularidade da sua temática e a concisão da sua escrita dão a Ana Teresa Pereira um lugar próprio na literatura portuguesa actual». E pode saber mais sobre a escritora na Base de Dados de Autores Portugueses do ex-IPLB.
E sobre a obra premiada, recorrendo ao site da Relógio D´ Água: Sobre O Lago, Manuel de Freitas escreveu no Atual, de 28 de Janeiro: «Aos que pudessem achar que a escrita da autora se estava a enredar de modo quase previsível nas suas próprias obsessões, O Lago vem provar que não é exatamente assim. O deserto cresce, confundindo-se com a neve, e a trama deste livro resume-se ao encontro entre um dramaturgo/autor e uma “dançarina ferida” que, ao tornar-se atriz e amante do primeiro, se coloca à mercê de um deus sinistro, alguém que só podia amar “um ser criado para ele” e que “não separa o palco da vida”.»
E, claro, do Em Cada Rosto Igualdade, parabéns à premiada. Mais uma mulher que se destaca!
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