Cristo e a Verónica | Otto
Dix | 1943 | Museus do Vaticano |
Foto © Governatorato dello Stato della Città del Vaticano
- Direzione dei Musei; © Otto Dix
Foto © Governatorato dello Stato della Città del Vaticano
- Direzione dei Musei; © Otto Dix
«(...) O
proletariado rural da Europa que vivia em condições miseráveis, no século XIX
«dos socialismos e da encíclica "Rerum novarum"» vai encontrar «o seu
resgate no "Angelus" de Millet», enquanto que a «negra Alemanha é
significada no "Caminho para o Calvário" de Otto Dix, e é como de
Grünewald de Isenheim tivesse escolhido testemunhar a pátria devastada pelos
bombardeamentos aéreos e humilhada pelos horrores do nazismo».
«Na
"Deposição" de Van Gogh, emprestada pelos Museus do Vaticano, a
angústia e a dor do artista fazem a angústia e a dor de todos os homens, ao
passo que a memória de Picasso e de "Guernica" vive, nos anos de
1940-41, na célebre "Crucificação" de Guttuso».
Para
Paolucci, «há uma pintura, na exposição, que talvez ainda mais do que
"Guernica", pode ser assumida como emblema do século XX. É a
"Crucificação branca", de Chagall, que vem do Art Institute de
Chicago».
«Estamos
em 1938, um ano após "Guernica". Na Alemanha aconteceu a "Noite
dos Cristais", iniciando-se a perseguição nazista anti-semita com a
diáspora da população israelita. Marc Chagall é judeu mas sabe que para todos,
no mundo, o Cristo crucificado quer dizer dores atrozes e sofrimento injusto.
Por isso, como um pintor católico, desenha um Cristo na cruz com títulos em
latim e em hebraico».
Em
torno de Cristo «reina a devastação: a "menorah" aos pés da cruz, as
casas revolvidas, a sinagoga saqueada, pessoas em fuga, uma mãe em primeiro
plano com uma criança apertada junto ao peito. No fundo, sobre a esquerda,
esvoaçam as bandeiras vermelhas de outubro; esperança vã, porque um ano depois,
em 1939, Hitler e Estaline assinarão o famigerado pacto de não agressão.
Síntese mais exemplar e mais terrível da história da Europa na véspera da
última guerra não poderia dar-se». Continue a ler e a ver.
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