quarta-feira, 7 de outubro de 2015

EXPOSIÇÃO | «Beleza divina entre Van Gogh, Chagall e Fontana» | 24 SET 2015 - 24 JAN 2016 | FLORENÇA


Cristo e a Verónica | Otto Dix | 1943 | Museus do Vaticano | 
Foto © Governatorato dello Stato della Città del Vaticano
 - Direzione dei Musei; © Otto Dix



«(...) O proletariado rural da Europa que vivia em condições miseráveis, no século XIX «dos socialismos e da encíclica "Rerum novarum"» vai encontrar «o seu resgate no "Angelus" de Millet», enquanto que a «negra Alemanha é significada no "Caminho para o Calvário" de Otto Dix, e é como de Grünewald de Isenheim tivesse escolhido testemunhar a pátria devastada pelos bombardeamentos aéreos e humilhada pelos horrores do nazismo».

«Na "Deposição" de Van Gogh, emprestada pelos Museus do Vaticano, a angústia e a dor do artista fazem a angústia e a dor de todos os homens, ao passo que a memória de Picasso e de "Guernica" vive, nos anos de 1940-41, na célebre "Crucificação" de Guttuso».

Para Paolucci, «há uma pintura, na exposição, que talvez ainda mais do que "Guernica", pode ser assumida como emblema do século XX. É a "Crucificação branca", de Chagall, que vem do Art Institute de Chicago».

«Estamos em 1938, um ano após "Guernica". Na Alemanha aconteceu a "Noite dos Cristais", iniciando-se a perseguição nazista anti-semita com a diáspora da população israelita. Marc Chagall é judeu mas sabe que para todos, no mundo, o Cristo crucificado quer dizer dores atrozes e sofrimento injusto. Por isso, como um pintor católico, desenha um Cristo na cruz com títulos em latim e em hebraico».
Em torno de Cristo «reina a devastação: a "menorah" aos pés da cruz, as casas revolvidas, a sinagoga saqueada, pessoas em fuga, uma mãe em primeiro plano com uma criança apertada junto ao peito. No fundo, sobre a esquerda, esvoaçam as bandeiras vermelhas de outubro; esperança vã, porque um ano depois, em 1939, Hitler e Estaline assinarão o famigerado pacto de não agressão. Síntese mais exemplar e mais terrível da história da Europa na véspera da última guerra não poderia dar-se».  Continue a ler e a ver.



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