MARIA NOBRE FRANCO morreu. O que o jornal Público escreve neste momento do seu desaparecimento dá, a nosso ver, uma boa imagem do que foi a sua vida: «Esteve entre os que ajudaram as artes portuguesas a transitar rumo à contemporaneidade. Uma presença luminosa, apaixonada e cosmopolita. Maria Nobre Franco, fundadora e directora da Galeria Valentim de Carvalho e primeira directora do Museu Berardo, em Sintra, morreu na madrugada desta terça-feira em Cascais. Tinha 76 anos e estava doente com cancro». Mais adiante, por exemplo: «Amigo
desde o exílio de Paris, antes do 25 de Abril, Jorge Martins foi um dos
artistas da galeria, juntamente com nomes de gerações que vinham de trás como
René Bértholo, Joaquim Bravo e António Palolo. Juntaram-se-lhes, em exposições
pontuais e outras colaborações, Mário Cesariny, Helena Almeida, Ana Jotta,
Ângelo de Sousa, Alberto Carneiro e José Escada.
Mas Jorge
Martins sublinha sobretudo a visibilidade dada aos que eram então novíssimos
nomes, como José Pedro Croft, Pedro Calapez e Rui Sanches. Ou ainda Xana e o
Grupo Homeoestético. Um cruzamento de gerações e linhagens que haveria de
marcar também a direcção do primeiro Museu Berardo e que na galeria foi feita
com "largueza e grandeza", nomeadamente através da edição de
catálogos. "A Maria soube fazer
isso", refere Jorge Martins, "era uma pessoa excepcionalmente
sensível, generosa, afectuosa. Uma mulher cheia de qualidades e uma capacidade
de acção muito grande». E ainda esta passagem: "Para a Maria, o mais importante era abrir todas as portas que
tornassem possível a realização dos projectos que ela amava e nos quais
acreditava com todo o entusiasmo e paixão", diz o escultor Rui Chafes. Na
Valentim de Carvalho, Chafes diz ter visto "as primeiras exposições de
toda uma nova geração que veio provar que era possível criar condições de
trabalho para artistas muito novos e ambiciosos". Foi também lá "que
vimos obras de artistas internacionais chegar a colecções nacionais". Leia na integra.
Com este post a nossa homenagem, a uma mulher que tanto fez pela cultura e pela arte e que terá certamente lugar na memória coletitva.
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