quinta-feira, 21 de maio de 2015

MARIA NOBRE FRANCO | «Para a Maria, o mais importante era abrir todas as portas que tornassem possível a realização dos projectos que ela amava e nos quais acreditava com todo o entusiasmo e paixão»




MARIA NOBRE FRANCO morreu. O que o jornal Público escreve neste momento do seu desaparecimento dá, a nosso ver,  uma boa imagem do que foi a sua vida: «Esteve entre os que ajudaram as artes portuguesas a transitar rumo à contemporaneidade. Uma presença luminosa, apaixonada e cosmopolita. Maria Nobre Franco, fundadora e directora da Galeria Valentim de Carvalho e primeira directora do Museu Berardo, em Sintra, morreu na madrugada desta terça-feira em Cascais. Tinha 76 anos e estava doente com cancro». Mais adiante, por exemplo: «Amigo desde o exílio de Paris, antes do 25 de Abril, Jorge Martins foi um dos artistas da galeria, juntamente com nomes de gerações que vinham de trás como René Bértholo, Joaquim Bravo e António Palolo. Juntaram-se-lhes, em exposições pontuais e outras colaborações, Mário Cesariny, Helena Almeida, Ana Jotta, Ângelo de Sousa, Alberto Carneiro e José Escada. 
Mas Jorge Martins sublinha sobretudo a visibilidade dada aos que eram então novíssimos nomes, como José Pedro Croft, Pedro Calapez e Rui Sanches. Ou ainda Xana e o Grupo Homeoestético. Um cruzamento de gerações e linhagens que haveria de marcar também a direcção do primeiro Museu Berardo e que na galeria foi feita com "largueza e grandeza", nomeadamente através da edição de catálogos. "A Maria soube fazer isso", refere Jorge Martins, "era uma pessoa excepcionalmente sensível, generosa, afectuosa. Uma mulher cheia de qualidades e uma capacidade de acção muito grande». E ainda esta passagem: "Para a Maria, o mais importante era abrir todas as portas que tornassem possível a realização dos projectos que ela amava e nos quais acreditava com todo o entusiasmo e paixão", diz o escultor Rui Chafes. Na Valentim de Carvalho, Chafes diz ter visto "as primeiras exposições de toda uma nova geração que veio provar que era possível criar condições de trabalho para artistas muito novos e ambiciosos". Foi também lá "que vimos obras de artistas internacionais chegar a colecções nacionais". Leia na integra.
Com este post a nossa homenagem, a uma mulher que tanto fez pela cultura e pela arte e que terá certamente lugar na  memória coletitva.

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