terça-feira, 2 de julho de 2013

AS MULHERES E A LITERATURA | As Águas Livres de Teolinda Gersão




4 julho | 18:30 H 


Sobre as Águas Livres: «São Cadernos espelhados uns nos outros, de algum modo autónomos, embora estejam interligados. Vêm de vários tempos, circunstâncias e lugares (como já acontecia em CADERNOS I - Os guarda-chuvas cintilantes), podem encaixar-se como matrioscas ou fugir em todas as direcções como fagulhas. Formarão, eventualmente, no fim, uma constelação? Não tenho nenhuma certeza. Até porque nunca os poderei dar por terminados, serão sempre um contínuo interrompido, folhas de papel à solta, voando ao sabor do vento, que não me obedecem nem se deixam prender por mim. Pedaços de mundo em que tropeço como se tropeçasse em pedras, que não têm outro sentido para além de existirem, puro acontecer, em estado bruto». Tirado daqui.

As águas livres

E sobre Teolinda Gersão,  ficcionista e professora universitária:

«Estudou Germanística, Anglística e Romanística nas Universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim, licenciando-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra em 1963. Foi leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, docente na Faculdade de Letras de Lisboa e posteriormente na Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Comparada. Doutorou-se em 1976, defendendo uma tese intitulada Alfred Döblin: Indivíduo e Natureza. Jubilou-se como professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa em 1995.
Teolinda Gersão começa a escrever com apenas catorze anos (Liliana, volume de contos publicado em Coimbra em 1954) e edita Poemas seis anos mais tarde. Influenciada por formas várias de cultura e, dentro destas, pelo contacto com diversos mundos (citadino e rural), a sua escrita está marcada pelas viagens e estadas em diferentes lugares, entre os quais se salientam a África e o Brasil.
A consagração como escritora viria com a publicação de O Silêncio, distinguido com o Prémio Pen Club de Ficção em 1981, cuja leitura faz Eduardo Prado Coelho evocar Clarisse Lispector quando esta última confessa «continuo sempre me inaugurando, abrindo e fechando círculos de vida», porque, segundo o crítico literário, no artigo que intitula «A Seda do Lenço» (in A Mecânica dos Fluidos, 1984), neste primeiro romance de Teolinda Gersão «cada experiência, cada acontecimento, forma o seu círculo de vida, contar aqui não é sobrepor factos mas alargar progressivamente o impacto da pedra ao cair na água [...] cada círculo abre-se no interior de si próprio».
Quanto a Paisagem com Mulher e Mar ao Fundo, é a perspectiva de todo um povo que escuta e que obedece e, como no romance anterior, a protagonista recusa e procura. Os Guarda-Chuvas Cintilantes rompe definitivamente com as formas convencionais da escrita, neste caso da diarística».
Continue no site da ex-DGLB.


Teolinda Gersão

Sem comentários:

Enviar um comentário