quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A JOVEM QUE NA INDIA SOFREU VIOLAÇÃO COLETIVA MORREU


Naomi Wolf

A noticia da violação coletiva de uma jovem de 23 anos que ocorreu a bordo de uma autocarro na Índia correu mundo. A vitima acabou por morrer. Naomi Wolf  escreveu sobre este crime, e o artigo traduzido para português pode ser lido no jornal Público. O início:

Acabar com a cultura de violação da Índia

O crime parece incompreensível. A estudante de fisioterapia de 23 anos de idade está morta, 12 dias depois de ter sido violada durante mais de uma hora por seis homens dentro de um autocarro que circulava nas principais estradas da capital indiana. Os ferimentos internos provocados pela barra de ferro que os seus atacantes utilizaram eram tão graves que os médicos tiveram de remover os intestinos na tentativa de lhe salvarem a vida.

Os indianos, ao que parece, esgotaram a sua dose de paciência. Dezenas de grandes manifestações cada vez maisviolentas têm sido realizadas para exigir que o governo garanta a segurança das mulheres e pare de tratar os violadores com impunidade. Enquanto as autoridades procuraram acalmar os protestos - colocando um cordão de segurança no centro de Nova Deli e sujeitando o resto da cidade a restrições de tráfego - a violência intensificou-se. Depois de um polícia morrer, balas reais foram disparadas contra as multidões - matando um jornalista, Bwizamani Singh, e provocando uma repreensão por parte dos Repórteres sem Fronteiras.

Não é somente a alta taxa de violações na Índia, que está a conduzir a virulência dos protestos. Num
discurso ardente, Kavita Krishnan, secretária da All India Progressive Women’s Association, expôs a questão mais profunda que está por trás dos protestos: a cultura indiana que culpa a vítima nas questões relacionadas com crimes sexuais. Ela refere que o governo e os agentes policiais insistiram recentemente que a maioria dos violadores não pode ser processada na Índia, porque, como um oficial disse, eles são conhecidos das mulheres atacadas. Outros funcionários têm sugerido publicamente que as próprias vítimas estão “a pedi-las” devido ao facto de circularem na rua a qualquer hora.Continue no jornal online. E veja como a Índia prestou homenagem à jovem violada:


Um crime que não podemos ignorar.


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