(Créditos da foto: Egídio Santos / U.Porto)
A semana passada, a 13 de novembro, a cientista Maria de Sousa, Professora Catedrática Jubilada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e Professora Emérita da U.Porto, foi agraciada com o Prémio Universidade de Lisboa 2017. O prémio Universidade de Lisboa 2017 foi atribuído a 26 de maio e por essa ocasião do que se escreveu: à « (...) imunologista Maria de Sousa – uma das primeiras mulheres portuguesas a serem
reconhecidas internacionalmente pelas suas descobertas científicas.
Maria de Sousa
formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Entre 1964
e 1966, esteve nos Laboratórios de Biologia Experimental em Mill Hill, em
Londres, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.
Profundamente
estimada e muito respeitada na comunidade científica, Maria de Sousa é também
uma humanista que cultiva o gosto pelas artes, pela história e pela poesia.
A Universidade
de Lisboa premeia uma mulher que contribuiu de forma notável para o progresso
da Ciência e para a projeção de Portugal no Mundo». Tirado daqui. E pode saber mais neste endereço.
Mas continuemos, recuperando esta entrevista de 2011, onde entre outros assuntos fala do livro da imagem (que, a nosso ver, quem leu certamente não esquece). De lá:
«(...)
Mas continuemos, recuperando esta entrevista de 2011, onde entre outros assuntos fala do livro da imagem (que, a nosso ver, quem leu certamente não esquece). De lá:
«(...)
Porque é que decidiu fazer investigação?
Isso é uma pergunta importante. Não sei se é importante para vocês, eu acho Que é importante para a história da medicina. Eu fiz medicina, nos anos 50. Uma pessoa se estava atenta percebia que tinha muito pouca coisa para oferecer. A pessoa era simpática, falava com os doentes, tratava-os bem, mas a gente tinha poucos antibióticos e cortisona. Eu sentia muito que era preciso fazer investigação para saber mais.
Reparou que havia diferença internacionalmente?
Não havia diferença no que havia para oferecer, o que havia diferença era na atitude para aprender, isso é que era fundamentalmente diferente. Na Faculdade de Medicina da Lisboa os professores sabiam. Sabiam mesmo. Depois só tinham que ir à Biblioteca para perceber que não sabiam tanto como julgavam, ou nos faziam crer. Eu fui para Londres, fui para um laboratório em Mill Hill. Tinha oportunidade de conhecer as pessoas, os maiores nomes nas várias áreas. E lá as pessoas não sabiam… e eram os grandes nomes das áreas. Isso foi a experiência mais importante. Depois ainda vim para Portugal. Não correu muito bem porque as pessoas não estavam muito interessadas no que eu tinha feito. Havia pessoas, por outro lado, na Europa, que estavam interessadas e fui convidada para ir para Glasgow.
(...)
Um mundo imaginado, mas muito real
Em 1988, vivi de forma intensa e maravilhado “um mundo imaginado”. Uma experiência real de investigação científica através de um livro, com aquele título, então publicado na língua portuguesa pela Gradiva, editora que me ensinou a caminhar na ciência.
Linha após linha, página após página, eu, então jovem estudante de Bioquímica na Universidade de Coimbra, vivi 5 anos de uma história real e intensa de descoberta científica, num só fôlego, numa noite que se fez dia inúmeras vezes.
Vivi, através do relato rigoroso e apaixonado de June Goodfield, autora do livro, os dias e as noites sem horário, a entrega persistente e lúcida, os avanços e retrocessos, os obstáculos e os recuos, a alegria e o desespero silencioso do processo científico efectuado sob a linha do desconhecido por uma promissora cientista portuguesa a trabalhar nos Estados Unidos. (...)». Leia na integra.
Ainda, outra entrevista, a Anabela Mota Ribeiro, que também pode ler aqui que como pode ver, no Público, começa com o destaque:
«MARIA DE SOUSA | esse espanto».
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