«Resumo
O debate sobre a gestação de substituição está a dividir os feminismos dentro e fora da academia. Em Itália e Espanha, entre outros países, este tema está no centro de polémicas e embates polarizados, que lembram os que dizem respeito à questão do trabalho sexual.
Em Itália, em particular, a gestazione per altri (GPA) foi utilizada como ferramenta de chantagem política por parte das forças conservadoras católicas e de direita no momento da aprovação da lei sobre as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo: de facto, o artigo do projeto de lei que estabelecia a co-adoção teve que ser eliminado, acusado de encorajar o uso da gestação de substituição por parte de homens gays. Nessa altura, o debate fora do Parlamento envolveu também diversas componentes do ativismo feminista e LGBTQ+, situação que continua a verificar-se apesar de terem passado quase dois anos. Diferentemente do que acontece em Espanha e Portugal, uma fratura significativa verificou-se dentro do movimento LGBT institucional, pois a maior associação lésbica do país alinhou-se contra a GPA, sustentando tratar-se, sempre e sem exceção, duma prática de exploração dos corpos das mulheres.
Neste workshop utilizarei dados e informações recolhidas no meu trabalho de investigação em Itália sobre pais gays que recorreram à gestação de substituição, no âmbito do projeto INTIMATE (www.ces.uc.pt/intimate), de modo a estimular uma discussão participativa que tenha em conta as diferentes posições feministas sobre o tema». Saiba mais.
Sem comentários:
Enviar um comentário