Na sua morte, não podíamos deixar de nos referir a GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ. Comecemos por duas personagens femininas inesquecíveis, para o que recorremos aqui:
Úrsula Iguarán
Macondo é, sem dúvida, o lugar imaginário mais belo da literatura em
espanhol. E seu coração é Úrsula Iguarán . Ela fundou Macondo e sua morte, após
a inundação dos "quatro anos, onze meses e dois dias", dá início ao declínio da
cidade. Curiosamente, García Márquez também morreu em uma Quinta-feira Santa,
assim como Úrsula.
Úrsula é exuberante e generosa (adotou os 17 filhos naturais de Aureliano
Buendía). É também justa, porém rigorosa e, acima de tudo, tem uma firmeza
inabalável: é expulsa de sua própria casa com seus dois filhos, Rebecca e José
Arcadio, quando se descobre que são casados, e destitui o prefeito da cidade a
chicotadas diante de uma injustiça.
Seu caráter matriarcal, que servirá de apoio ao povoado por mais de 100 anos,
é essencial para entender o espírito da obra de García Márquez, mas
especialmente a sua opinião sobre as mulheres: nos livros do escritor colombiano
elas têm poder, tomam decisões e, sobretudo, são cientes da realidade em torno
delas. Já os homens passam o tempo perseguindo fantasias ou em guerras.
Nena Daconte
Quando Macondo foi varrida da face da terra, Gabriel García Márquez teve que
recorrer a outras fontes de inspiração para continuar com sua literatura. Em
Doze Contos Peregrinos, seu último livro de contos, surge uma mulher,
muito longe da imagem bucólica de seu povo imaginário, moderna, educada e com
calças: Nena Daconte.
No conto O Rastro do Teu Sangue na Neve, Gabo nos mostra uma mulher
que comanda seu destino e que seria capaz de governar o planeta com sua
inteligência e doçura.
A brevidade do conto torna essa personagem ainda mais poderosa. Nena Daconte
não sobrevive até a metade da história, mas vive a sua agonia com dignidade
incrível, que a torna uma personagem inesquecível no vasto legado literário do
Nobel colombiano.
Depois, o Discurso aquando da entrega do seu NOBEL DA LITERATURA:
que pode seguir em texto:
La soledad de America latina
Antonio Pigafetta, un navegante florentino que
acompañó a Magallanes en el primer viaje alrededor del mundo, escribió a su paso
por nuestra América meridional una crónica rigurosa que sin embargo parece una
aventura de la imaginación. Contó que había visto cerdos con el ombligo en el
lomo, y unos pájaros sin patas cuyas hembras empollaban en las espaldas del
macho, y otros como alcatraces sin lengua cuyos picos parecían una cuchara.
Contó que había visto un engendro animal con cabeza y orejas de mula, cuerpo de
camello, patas de ciervo y relincho de caballo. Contó que al primer nativo que
encontraron en la Patagonia le pusieron enfrente un espejo, y que aquel gigante
enardecido perdió el uso de la razón por el pavor de su propia imagen.
Este libro breve y fascinante, en el cual ya se
vislumbran los gérmenes de nuestras novelas de hoy, no es ni mucho menos el
testimonio más asombroso de nuestra realidad de aquellos tiempos. Los Cronistas
de Indias nos legaron otros incontabels. Eldorado, nuestro país ilusorio tan
codiciado, figuró en mapas numerosos durante largos años, cambiando de lugar y
de forma según la fantasía de los cartógrafos. En busca de la fuente de la
Eterna Juventud, el mítico Alvar Núñez Cabeza de Vaca exploró durante ocho años
el norte de México, en una expedición venática cuyos miembros se comieron unos a
otros, y sólo llegaron cinco de los 600 que la emprendieron. Uno de los tantos
misterios que nunca fueron descifrados, es el de las once mil mulas cargadas con
cien libras de oro cada una, que un día salieron del Cuzco para pagar el rescate
de Atahualpa y nunca llegaron a su destino. Continue a ler por exemplo aqui.
Por fim, remetendo para o Dossiê organizado pelo El País, donde esta imagem:
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