Dei comigo a reparar nas palavras da escritora São-Tomense Conceição Lima num trabalho do Mercado Ético (sublinhados nossos):
«Em Brasília para participar da 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, a escritora de São Tomé e Príncipe, Conceição Lima, disse que em muitos países a literatura permanece como uma instância predominantemente masculina e que a ampliação do espaço da mulher é um processo que envolve combate e luta. Conceição Lima, poeta e jornalista é licenciada em estudos afro-portugueses e brasileiros pelo King’s College de Londres.
“É um combate, é uma luta, um processo, e acho que vai haver mais mulheres e elas próprias devem fazer, reivindicar, exigir e afirmar-se para que não seja uma concessão nem um favor, mas para que seja apenas a conquista e realização de um direito”, disse hoje (13) Conceição Lima durante entrevista à Agência Brasil.“Acho que o papel da mulher na literatura é um exercício de cidadania numa dimensão particular. Mas é parte do exercício pleno de cidadania ser escritora, pintora, exercício de cidadania e do ser em plenitude, poder se realizar como criadora”, completou». Continue a ler. E não podiamos deixar passar o momento sem mostrar, ainda que de forma breve, obra de Conceição Lima:
DESCOBERTA
Após o ardor da reconquista não caíram manás sobre os nossos campos.
E na dura travessia do deserto
Aprendemos que a terra prometida
era aqui.
Ainda aqui e sempre aqui.
Duas ilhas indómitas a desbravar.
O padrão a ser erguido
pela nudez insepulta dos nossos punhos.
Mais em Vozes Poéticas da Lusofonia, e sobre Conceição Lima aqui.
Pensando bem, como já dissemos noutras ocasiões, faz todo sentido no Em Cada Rosto Igualdade olhar para a Lusofonia na ótica da igualdade, nomeadamente de género, e em especial na esfera da cultura e das artes. E no âmbito da CPLP. Nessa linha, sobre a 2.ª Bienal do Livro e da Leitura referida, e através do Portal Brasil | Cultura, podemos saber: «O visitante da bienal também tem a oportunidade de ver duas exposições. O "Traço do Pasquim no Combate à Ditadura" e "O Brasil nos Tempos de Chumbo" estão abertos para visitação. No ano em que o Brasil completa 50 anos do golpe militar, a bienal também trará diversas reflexões sobre os anos de regime ditatorial vividos pelo País. Seminários, debates e lançamentos de livros estão agendados para os próximos dias».
Para mais informação o site oficial da Bienal. E mais este que permite seguir na web muito do que vai acontecendo, mais concretamente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que «fará cobertura especial durante todos os dias do evento».
E do que já lá aconteceu, por exemplo, «Naomi Wolf fala sobre literatura e feminino», de que podemos ler: «Um dos tópicos que mais gerou comentários foi orientação política e feminismo. «“Você pode ser de direita ou esquerda e ser feminista. É preciso criar um ambiente onde todas são bem-vindas, unidas por uma causa em comum”, sugeriu, dizendo ainda que é necessário ser crítico e aberto a discussão». Leia mais.
Clique na imagem e vá para o site da Bienal
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