Ao ler o post As mulheres de García Lorca no Blogue Blogueiras Feministas (Brasil) achei logo que era de o sinalizar aqui, no Em Cada Rosto Igualdade. Começa assim:
«A dramaturgia de Federico García Lorca pode ser
considerada como uma grande reveladora de tradições, poesia polifônica,
organizações sociais e expressões da individualidade através da figura feminina
em tensão, aprisionada nos rígidos moldes patriarcais.
Em suas obras, o poeta andaluz desenhava um triste retrato da Espanha no
começo do século XX. A Igreja Católica, principal responsável pela construção
dos conceitos morais, executava um férreo controle social, de modo a oprimir e
delimitar o espaço feminino. A condição reprodutora legitimava a função social
da mulher e relegava-a a um plano subalterno daquele conferido aos homens. O
arquétipo da mulher espanhola no início do século XX é claramente definido por
suas características biológicas.
Neste contexto, destaca-se a trilogia rural de García Lorca, composta por
“Yerma”, “Bodas de Sangue” e “A Casa de Bernarda Alba”.
Em “Yerma”, a personagem principal sofre por
não conseguir conceber um filho. Yerma recorre aos meios mais absurdos para
tentar engravidar e se depara com a indiferença do marido, que não compartilha
de seu sofrimento. Ao descobrir que Juan não quer ser pai, ela se desespera e o
estrangula, pondo fim também à possibilidade de ser mãe. No decorrer da
história, observa-se que a esterilidade de Yerma é muito mais de cunho emocional
do que fisiológico e causada por um marido indiferente, por uma obrigação moral
de manter-se em um casamento sem amor, pelo confinamento e pela cruel vigilância
a qual é submetida pelo marido e suas cunhadas». Continue a ler.
De facto, quem já viu Lorca em Palco não se esquece daquelas mulheres. Por exemplo, quem se pode esquecer de A Casa de Bernarda Alba do Teatro Experimental de Cascais? Um bom pretexto para divulgarmos aqui o Espaço-Memória Teatro Experimental de Cascais:
Ainda recentemente, nas Conversa com Rosto do TNDM, se lembrava (destaque nosso): «Maria do Céu Guerra estreou-se na
Casa da Comédia com a peça Deseja-se mulher de Almada Negreiros, sob a
direção de Fernando Amado, em 1963. No ano seguinte, ingressou no Teatro
Universitário da Faculdade de Letras. Em 1965, fazia parte do grupo que fundou o
Teatro Experimental de Cascais, onde se manteve até 1971. Esopaida,
A Casa de Bernarda Alba e D. Quixote foram só alguns dos
espetáculos em que participou sob direção de Carlos Avilez».
Sem comentários:
Enviar um comentário