- Título original:A Vigilante
- De:
- Sarah Daggar-Nickson
- Com:
- Olivia Wilde, Morgan Spector, Kyle Catlett
- Género:
- Drama, Thriller
- Classificação:
- M/16
- Outros dados:
- EUA, 2018, Cores, 91 min.
«Sadie é uma mulher traumatizada devido aos maus-tratos que sofreu às mãos do ex-marido. Durante meses, sem absolutamente nada a perder, decide treinar corpo e mente para uma missão muito pessoal: assassinar aquele que, através dos mais atrozes actos de crueldade, quase a destruiu. Enquanto isso, vai ajudando pessoas que, como ela, são diariamente violentadas. Os seus métodos de persuasão são implacáveis e em momento algum Sadie se deixa levar por qualquer sentimento de piedade pelos agressores.
Um “thriller” psicológico sobre violência doméstica que marca a estreia em realização de uma longa-metragem da australiana Sarah Daggar-Nickson. Com Olivia Wilde a encarnar Sadie, o elenco conta ainda com as actuações de Morgan Spector, Kyle Catlett, C.J. Wilson, Tonye Patano, Chuck Cooper, Betsy Aidem e Judy Marte». PÚBLICO.
E da Critica de Jorge Leitão Ramos no Semanário Expresso desta semana:
«Contra
a violência doméstica
(…)
Agora, com
foco particular na violência doméstica, Sarah Daggar-Nickson, na sua estreia na
longa-metragem, reedita as histórias de vigilantes que praticam justiça pelas
próprias mãos e à margem da lei, tudo ancorado em situações brutais que nos
gritam que é preciso que alguém faça alguma coisa.
Sadie/Olivia Wilde faz — e o filme
abre precisamente com uma das suas ações, quando um homem chega em casa,
senta-se no sofá e encontra uma mulher que lhe diz que ele vai fazer três
coisas imediatamente, ali mesmo: transferir a propriedade da casa para a
mulher; colocar 75% do dinheiro que tem no banco numa conta em nome dela; sair
de casa e nunca mais voltar. Ele levanta-se, agressivo — e no plano seguinte,
cheio de equimoses e de manchas de sangue na roupa, assina tudo, cabisbaixo.
Quando sai, Sadie ainda lhe diz que o mata se ele voltar e agredir a mulher. E
segreda, em voz baixa, “eu quero matá-lo”, versão feminista do “make my day” de
Clint Eastwood...
Sadie
foi, ela mesma, vítima de violência — só o saberemos bem filme adentro — e o
modo como ela se tornou uma vingadora, pronta a ajudar vítimas em troco de
dinheiro, um almoço ou coisa nenhuma, apenas se tornará claro quando a
narrativa se cumprir por inteiro. Entrementes, uma Olivia Wilde a fazer de
mulher em fúria (mais em força que em jeito, convenhamos) vai cumprindo uma
rota de treino, missão e lida com a memória do seu próprio sofrimento. Nela
assenta a maior parte da atenção que vamos dispensando ao filme e que afrouxa
quando os problemas de verosimilhança da ação se tornam graves (é o caso da
longa cena entre Sadie e o marido). São esses problemas que apoucam uma obra
com estimável temática e engenho narrativo que coloca Sarah Daggar-Nickson como
cineasta que apetece seguir. / JORGE LEITÃO RAMOS»
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