terça-feira, 6 de novembro de 2018

MARIA JOSÉ MOURA




Maria José Moura morreu. Muitos são os que neste momento triste enaltecem o seu percurso profissional, nomeadamente o Presidente da República. De facto, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota divulgada na página da Presidência na Internet, lamentou  a morte de Maria José Moura e «elogiou o papel da investigadora e bibliotecária na definição da política da leitura pública em Portugal». Por sua vez, a DGLAB sublinha que Maria José Moura, responsável pela criação da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas em 1986, era considerada, por muitos, a "mãe" da Rede de Bibliotecas Municipais. As diversas homenagens que lhe foram feitas, em Portugal e no estrangeiro, reconheceram a mulher que serviu a causa das bibliotecas durante toda a vida. A DGLAB, organismo que sucedeu ao IPLB e DGLB, lamenta profundamente esta perda.  Leia mais.

Destaquemos palavras de Maria José Moura que se podem ler, por exemplo, aqui: «(...)Em entrevista à Lusa, em 2016, 30 anos depois da criação das bases de uma rede nacional de bibliotecas públicas municipais, a bibliotecária recordou esse processo, a pedido da então secretária de Estado da Cultura, Teresa Gouveia, que contou consigo, como representante da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, assim como com Teresa Calçada, atual responsável do Plano Nacional de Leitura, Pedro Vieira de Almeida e Joaquim Macedo Portilheiro, do antigo Instituto Português do Livro. A rede conta hoje com mais de 200 equipamentos, em todo o país.
"O facto de não haver bibliotecas públicas em Portugal, dez anos depois do 25 de Abril, era um escândalo", disse então Maria José Moura à Lusa. "Todos os países civilizados, melhor ou pior, têm bibliotecas (...). A rede de bibliotecas itinerantes - foi uma sorte que este país teve - era o que havia. Fora isso, só havia meia dúzia de bibliotecas das câmaras, com as estantes fechadas. Tudo poeirento, triste, sem luz. Era uma coisa sem vida", recordou. (...) salientou o lado formativo das bibliotecas, espaços que podem ser sucedâneos das escolas: "As pessoas têm possibilidade de encontrar resposta para uma quantidade enorme de coisas que antes não precisavam". Para Maria José Moura, a biblioteca ideal é aquela em que "as pessoas conseguem encontrar respostas para as suas necessidades, sejam elas de ordem pessoal" ou profissional. "As bibliotecas têm de se adaptar àquilo que lhe é pedido e não ver nisso uma desconsideração. Não se sentir diminuída. Pelo contrário", afirmou (...)». 
Recorde-se também distinções: foi condecorada pelo Estado português com a Ordem do Mérito e, em 1998, recebeu o Prémio Internacional do Livro, em Amesterdão, por proposta da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecária. 

Uma vida cheia, a de Maria José Moura, que nos deixa ensinamentos com futuro. Obrigado. 

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