terça-feira, 17 de julho de 2018

«ONZE MULHERES DE CADA LADO»





SINOPSE
«Embora não esteja aqui coligida a totalidade das suas colaborações, todos os textos deste livro foram publicados no Notícia - Semanário Ilustrado, no período em que Herberto Helder viveu em Luanda. Correspondem a pouco mais de um ano de colaboração - entre abril de 1971 e junho de 1972 - em que o poeta assinou como Herberto Helder e Luís Bernardes (ou respetivas iniciais)».

Mas mais do que a sinopse para nos apercebermos do «espírito» do livro talvez ler as criticas disponíveis no site da Editora. De lá por exemplo: «aqui não vamos ler apenas uma fase pouco conhecida de Herberto, vamos rir, rir muito, porque este livro é humor à primeira vista. Pela nossa saúde que é. Não é um humor qualquer, é Humor Herberto Helder, três agás maiúsculos de seguida em crónicas hílares como «Um passeio no campo» [...] […] Esta «coletânea» de Herberto celebra a alegria de estar no mundo. Esse é um voto «porventura ingénuo, mas que constitui precisamente o fundamento fervoroso e dramático da utopia.»| Pedro Santos Guerreiro, Expresso
ou 

IRONIA FEBRIL | 
Fábio Lino 2018-06-06 |Quando
 chegarmos ao fim de 2018, "em minúsculas" de Herberto Helder irá, certamente, figurar como um dos livros do ano. Com uma prosa poética de alto nível, HH espicaça todos os seus leitores com o seu humor irónico, injeta pensamento e contemplação no reportar dos factos banais e quotidianos. Não deixa de ser irónico, contudo, que os jornais que tanto têm apregoado este livro, desde que foi publicado no início de maio, sejam também um dos seus principais alvos críticos. Uma leitura mais do que recomendada.

Nós vimos também muita ternura. E só pelas crónicas «Os domingos de Nambuangongo» e «Onze Mulheres de Cada Lado» é de ousar: não perca! E já que estamos em ambiente futebolístico - O Mundial de Futebol terminou no domingo, mas os festejos continuam - este início:




Resumindo, nos anos 70 do século passado, Herberto Helder foi ver um jogo de futebol de mulheres! E fez uma crónica. Para lá da ironia sem fim que acompanha todo o texto - e a referência aos «jornalistas da bola» é insuperável - talvez ainda hoje esta crónica valha mais do que não sei quantos discursos que querem dizer que «as profissões não têm sexo», sem anular o universo feminino. O fim da crónica é  ... delirante: «Quando saímos do campo, o sol declinava nos horizontes purpúreos, as avezinhas retornavam aos seus ninhos pipilando - uma luz doirada parecia coroar as cabeças tanto das vencedoras como das vencidas».



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