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LV: A primeira vez que eu vi essa peça foi em Barcelona numa exposição que se chamava “Trans Sexual Express: a classic for the third millennium”, em 2001.
VA: Montei essa peça pela primeira vez numa exposição na Fábrica da Pólvora, quando esta abriu, num espaço que ia ser um laboratório de fotografia. As pessoas ficaram muito surpresas, porque não havia nenhum artista português a vestir-se de mulher, era uma coisa que ainda não acontecia na arte em Portugal. Aliás, eu depois mais tarde fiz outra peça em vídeo, chamada La Stupenda, que também mostrava uma cantora de ópera (que era eu outra vez) e as reacções que ouvia era “ah, é o Herman José”, porque era a referência mais próxima que as pessoas tinham. Eu não estava propriamente a afirmar a questão do género, era mais um olhar sobre a intimidade daqueles seres.
“Trans Sexual Express” foi a minha primeira exposição internacional. Eu era muito novo, deveria ter 26 ou 27 anos, e uma das curadoras veio a Portugal e seleccionou essa peça. Era uma exposição maravilhosa, pois enquanto hoje em dia há imensos movimentos que tratam sobre o género, na altura ninguém falava do assunto.
LV: Esta peça vai passando por vários contextos e adapta-se sempre.
VA: Está sempre a adaptar-se. Agora quando a remontei pensei “engraçado isto agora faz sentido outra vez”, mesmo com estes movimentos todos recentes sobre identidade e género. (...)». Leia mais.
Vasco Araújo | Still do vídeo La Stupenda, 2001.
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