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Sobre a Capital Ibero-Americana da Cultura/Lisboa 2017, programada por António Pinto Ribeiro, do jornal i, de 4 JAN 2017 (destaques nossos):
«(...)
E a reflexão da qual nos temos
alheado e que vem agora com oportunidade
perfeita, com uma programação
enquadrada em quatro temas fundamentais:
a questão indígena, a questão das
migrações, a questão da afrodescendência
e a criação contemporânea, que serão
"vias de acesso a muitas das obras" que
passarão por Lisboa ao longo deste ano.
O RACISMO E O FIM DO PARAÍSO A inaugurar
já a 7 de janeiro no Padrão dos
Descobrimentos, por exemplo, a exposição "Al Final Del Paraíso" do mexicano
Demián Flores, cujo trabalho se tem
caracterizado pelo diálogo com o contexto
socio-político do lugar de onde vem,
que é o Sul do México, com o contexto
histórico as descobertas do século XVI e
o aparecimento daquele a que se chamou
então de "novo mundo". Ou mais
tarde, em maio, a exposição "Racismos"
com curadoria científica e investigação
de Francisco Bethencourt para discutir
a relação entre racismo e cidadania nos
seis séculos que passaram entre 1497 e
o presente, juntamente com o seminário "Racismo e Cidadania", com com Jorge
Vala e Teresa Beleza a 13 de maio no
São Luiz Teatro Municipal. O mesmo
onde no próximo fim de semana atuam
Gisela João com Mariela Condo, do Equador,
e Martela Condo, do Panamá.
Entre as exposições, destaque ainda
para "Shadows", de Aldredo Jaar, nome
incontornável da arte contemporânea
chilena pelo reconhecido caráter interventivo
e político das suas obras, que
aqui nas Carpintarias de São Lázaro
apresenta uma homenagem a Koen Wessing,
fotógrafo sueco que em 1978 em
Esteli, Nicarágua, registou o momento
em que um grupo de camponeses que carregavam o corpo de um companheiro
morto pela guarda nacional do
ditador Somoza. No teatro, chega-nos
noutro exemplo "Mateluma", do Chile,
uma peça sobre a ética da violência politica
e sobre os conceitos da verdade e
da inspiração artística, com encenação
de Guillermo Calderón. Ou "Poesia na
Esquina do Bairro", sessão de divulga-
ção da poesia latino-americana com
coreografia de Adriana Queiroz e participação
de João Grosso, José Neves e
Manuel Coelho. (...)».
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