«(...) o Urso de Ouro das curtas vai para um dos dois filmes portugueses a concurso, Balada de um Batráquio de Leonor Teles, lúdica exploração em dez minutos das superstições, dos mal-entendidos e da xenofobia para com a etnia cigana, a propósito da superstição de colocar sapos de louça à porta das lojas para impedir a entrada de ciganos. Nas palavras genuinamente surpreendidas da jovem cineasta – nascida em 1992, é a mais jovem vencedora de sempre de um Urso de Ouro, de etnia cigana por parte do pai - “nunca pensei que um filme tão parvo pudesse ganhar um prémio como este”. Mesmo que de parvo o filme não tenha nada. (...)». Tirado do Público.
E ainda no Jornal Público: «É mesmo por isso que Balada de um Batráquio não é parvo nem tosco. Filha de pai cigano, a realizadora tem um especial interesse pela relação ainda muito tensa entre a etnia cigana e a sociedade – o filme debruça-se sobre a superstição de colocar sapos de louça à porta das lojas para impedir a entrada de ciganos, como maneira de lhes impedir o acesso a uma “vida normal”, e assume uma dimensão de farsa quase burlesca, com a própria equipa do filme a entrar em lojas com sapos na montra para os partir. Foi dessa ideia de “partir os sapos” - entendida como o quebrar de um tabu xenófobo – que Leonor Teles construiu todo o filme. “O filme é bastante redondo,” explica, “foi bastante pensado e estruturado desde o início. Tivemos que pensar como fazer um filme em que se chegasse a esse pormenor de partir sapos. Mas era importante que o filme não fosse apenas um diagnóstico do problema mas sim também um pouco a sua resolução. E se vamos falar de coisas sérias, porque não fazê-lo de modo divertido?”».
E na Visão: «Natural de Vila Franca de Xira e licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Leonor cresceu numa família com raízes na comunidade cigana (da parte do seu pai) e o seu filme anterior Rhoma Acans (uma produção escolar premiada em Vila do Conde e no IndieLisboa) foi feito junto da comunidade cigana de Casal dos Estanques, Vialonga. Esta segunda curta, com produção da Uma Pedra no Sapato e o apoio da Portugal Film – Agência Internacional de Cinema Português, é mais experimental e deixa a sua mensagem muito clara nos vários momentos em que mostra Leonor a entrar de surpresa numa qualquer loja, a estilhaçar um sapo de louça no chão e a correr pela rua fora, numa espécie de cinema de ação direta onde não falta um lado poético». +.
E do Em Cada Rosto Igualdade, claro, PARABÉNS A LEONOR TELES !
Veja aqui. |
Encontrado via Blog 2 Dedos de Conversa.
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