«Portugal adotou uma posição neutral durante a
Segunda Guerra Mundial, mas isso não significa que os seus cidadãos se tenham
mantido à margem do conflito que devastou a Europa pela segunda vez no mesmo
século, depois da guerra de 1914-1918. Ao mesmo tempo que, no território
nacional, se desenvolviam as contradições de uma política espartilhada entre
alguma simpatia por Adolf Hitler e a antiga amizade com Inglaterra, com Salazar
a fazer tudo para manter o país fora do conflito, os portugueses que tinham emigrado
para França sentiam na pele os efeitos da ocupação, dos bombardeamentos e das
prisões.
Enquanto Lisboa era solo fértil para os
espiões, e os refugiados que conseguiam ultrapassar os entraves da política
salazarista aguardavam por um barco que os levaria para outros destinos, havia
portugueses a juntarem-se à Resistência ou a serem apanhados em buscas a
aldeias francesas, que culminavam na detenção de todos os homens que não fossem
jovens ou velhos demais para trabalhar a favor do esforço de guerra alemão.
Enquanto
Portugal era palco de trocas de prisioneiros de guerra, alguns portugueses desapareciam
no sistema de campos de concentração nazis.
Este livro precioso resulta de uma
investigação que deu também origem à reportagem homónima publicada em 2014 pelo
jornal, vencedora, entre outros, do prémio Melhor Reportagem Multimédia,
atribuído nesse ano pelo Observatório do Ciberjornalismo. O objetivo dessa
reportagem foi, em primeiro lugar, descobrir se tinham existido portugueses nos
campos de concentração e, em segundo, confirmada a sua existência, contar as
suas histórias. Este é um trabalho fundamental, que dá a conhecer factos
inéditos sobre os portugueses que, nascidos de norte a sul do país, tiveram
passagem, muitas vezes fatal, pelos infames campos disseminados pelo nazismo.
Com fotografias do premiado
fotojornalista Nelson Garrido». Saiba mais.
Sobre a investigação veja também aqui.
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