«Um romance fascinante que tem por base um incidente
diplomático entre Portugal e Marrocos, que confirma
Raquel Ochoa como uma das grandes escritoras da actualidade».
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«A vida é tão bela e tão estúpida.
Agrupando tudo o que de valor possuía, Moulay Abdessalam, um dos filhos do rei Mohamed III e o escolhido em 1790 para suceder ao pai, fez entrar em dois barcos a sua mulher, concubinas e mais família real directa. As mulheres são o valor mais precioso de uma sociedade. Tentava pô-las a salvo da guerra que alastrava no território embora as lançasse na imprevisível viagem de Casablanca para Rabat.
Antes de ingressar a luta dito...u uma carta deixando recomendada a condução destas - juntamente com uma larga comitiva e valiosos pertences - a um só homem.
“Nunca se pode ter medo, escreveu-lhe, porque estaria a dar força àquilo que temo, além de que ficaria como um cobarde para a história”.
Abdessalam tinha desistido do seu direito à sucessão por causa dos seus olhos. A cegueira chegara gradualmente e sem cura.
Já quase sem visão partiu ao encontro do irmão Moulay Slimane, levando consigo dois mil guerreiros da Província de Sus que o seguiam sem questionar. Juntos defrontariam o irmão Moulay Haxem. Percorreu fiadas ascendentes de colinas douradas, pontuadas por oliveiras e acenando aos pastores mantidos quentes pelas suas mantas de lã. Propunha-se a atravessar os desertos de Tiflet originando uma longa marcha com o objectivo de evitar as rotas conhecidas e não ser sentido pelo inimigo.
in "As Noivas do Sultão" | Tirado daqui.
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