Na integra a entrevista feita por Andreia Friaças aqui, na plataforma Sapo.
«Acorda com os poemas mas não adormece se lhes sentir a presença. Em pequena, o sono também não era sereno, mas a inquietação era outra. Levantava-se para ver se a mãe estava por perto. “Teresinha, fecha a luz”. Era sinal que sim. Não só de alívio se faz esta frase, que amargamente significava ter de ir ler para debaixo da cama, com o auxílio da lanterna que pediu no aniversário. É aí que lê as primeiras frases do livro Le Deuxième Sexe [Segundo Sexo] da Simone de Beauvoir, sem saber que, 10 anos mais tarde, a escritora iria percorrer França em sua defesa. Nos cartazes erguidos aclamava-se as Novas Cartas Portuguesas, o livro que, em plena ditadura, desafiava o papel social e sexual das mulheres. A aventura, partilhada com Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno, valeu-lhes lugares na primeira fila do Tribunal da Boa Hora. “São as Marias que vão presas”, já dizia o polícia. Agora é um dos livros portugueses mais traduzidos no estrangeiro». Continue a ler...
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