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“Bem recentes foram os tempos em que a ideia de crise e de austeridade passou a ser amplamente difundida pela política e pelos meios de comunicação social sobre a situação sócio-económica da República Portuguesa no seio da União Europeia. Dados actuais apontam para o aumento da pobreza enquanto a perda do poder de compra - motor da economia, tal como a sociedade está edificada - da classe média não se configura significativa. Deve-se ainda acrescentar, que também as elites económicas não parecem carecer do mesmo problema de falta de consumo.
Será digno e solidário referir que a história contemporânea foi de igual modo difícil para todos? Ou será preferível não assumir que o sacrifício e as dificuldades são sempre (ou quase sempre) suportados pela população sem expressão para que continuem nas franjas das sociedades?
Assim, os desequilíbrios económicos, sociais e culturais acentuam-se e, sem empatia, marcam definitivamente o fosso entre todos, prevendo que nos canais (de comunicação) que os separam o desespero e a luta sejam as palavras que mais ordenam. Porém, não se tentará aqui nem avaliar as culpas de um passado recente nem prever um futuro por vir, mas sim aflorar quais os sentimentos, as reações e as reflexões presentes na contemporaneidade.
Nesta óptica, as obras apresentadas na exposição “Estranhos dias recentes de um tempo menos feliz” confluem, em última instância, num rumo comum: a nostalgia da perda, da decadência e da precariedade.” – Texto de Hugo Dinis. (...)». Leia na integra.
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