Na revista E do Expresso de 5 NOV 2016 |
O artigo da imagem - «O dilema da maternidade», texto de Carolina Reis e ilustração de Helder Oliveira - começa assim: «A época era de muita turbulência. Cinco anos de democracia, uma intervenção do Fundo Monetário Internacional e dois Governos de iniciativa presidencial. O país saía da penúria do fascismo com a incerteza e os desafios que as revoluções costumam trazer. No verão de 1979, uma imagem rompia com tudo o que se tinha visto até então na política portuguesa. No Palácio de Belém, uma lufada de ar fresco. Pela primeira vez uma mulher chefiava um executivo. Maria de Lurdes Pintasilgo, de vestido, destacava-se no meio de 17 homens que a partir daquele dia seriam seus ministros. A fotografia era rara, iria correr o mundo e ficar para a história.
Engenheira de profissão, católica empenhada na Defesa dos Direitos Humanos, feminista. Na altura, o Expresso descreveu-a de outra forma. "Uma força da natureza" como muitos a consideravam - solteirona, de «pelo na venta, rapidíssima a equacionar problemas e a propor-se resolvê-los", escreveu o jornal a 1 de julho, antecipando a nomeação. A responsabilidade de chefiar um Governo, ainda para mais numa época conturbada, só parecia possível para uma mulher se ela não tivesse filhos e pudesse, assim, estar concentrada nos desígnios do país. (...)». Se puder, não perca.
Não vem no artigo, mas aqui fica como complemento:
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