terça-feira, 22 de novembro de 2016

CLAUDIA DE CAMPOS | Congresso e Mostra | 24-25 NOV 2016 | BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL | LISBOA







C O N G R E S S O
CLÁUDIA DE CAMPOS
Cultura, Literatura, Memória e Identidades
24-25 nov 2016
BNP | Auditório/Sala Multimédia
26 nov | ida a Sines

M O S T R A

CLÁUDIA DE CAMPOS (1859-1916)

Da literatura à intervenção cívica

25 NOV 2016 | 16:30 H

BNP
até 7 JAN 2017

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ENTRADA LIVRE



Maria Cláudia de Campos Matos, conhecida por Cláudia de Campos, nasceu no dia 28 de janeiro de 1859, em Sines, filha de Francisco António de Campos e de Maria Augusta Palma de Campos. Teve uma educação esmerada, da qual fizeram parte as literaturas inglesa e alemã.
Casou aos 16 anos com Joaquim Ornelas e Matos e, após alguns anos de casamento, estabeleceram-se em Lisboa na avenida Duque de Loulé. A vida conjugal não foi bem-sucedida, apesar dos dois filhos do casal e, em 1888, Cláudia de Campos e Joaquim Ornelas e Matos separaram-se judicialmente. A escritora tornou-se uma mulher autónoma, e iniciou uma nova fase da sua vida.
Após a separação, a escritora publicou a sua primeira obra, a coletânea de contos Rindo (1892). Foi na última década do século XIX que se concentrou a sua produção literária e ensaística. Já Coelho Neto (1864-1934), no dealbar do século XX, em carta dirigida a Garcia Redondo (1854-1916), se lhe referia nos seguintes termos: «[…] vou escrever sobre ela um artigo na Gazeta. Não conheço outra mulher que escreva a nossa língua com mais desembaraço do que essa formosa autora. […] Li os seus livros – e neles achei encanto e amargura, mel e travo – não são escritos banais, têm observação e trabalho […]». Da mesma forma, a polaca feminista, publicista e pacifista, Maria Cheliga-Loevy (1854-1927), cedo afirma acerca da autora «[…] portuguesa, cuja pátria intelectual é a Inglaterra, escritora conscienciosa, madame Cláudia de Campos tem, sobretudo, uma inclinação especial para os trabalhos de crítica. Jornalista uma vez por outra, nos seus artigos robustos, marcados por um estilo nítido, claro e preciso, dá testemunho incontestável de um espírito bem mais solidamente equilibrado do que o possuem bastantes detratores da mulher».
O romance mais destacado, Elle (1899), retratava a vila de Sines como lugar de uma infância idílica e de uma idade adulta complexa, contra os preconceitos de uma pequena povoação. A sua vertente ensaística acerca da literatura feminina e da participação das mulheres na sociedade teve o seu expoente em Mulheres: ensaios de psicologia feminina, obra publicada em 1895. Cláudia de Campos defendia a educação como meio de emancipação da mulher, o que significa que era mais reformista do que revolucionária.
Além da literatura, teve um papel cívico relevante até se afastar da ribalta e da vida social. Em 1906 fez parte da direcção da Secção Feminista da Liga Portuguesa da Paz e foi eleita vogal do Comité Português da agremiação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes. Vem a falecer em 30 de dezembro de 1916, fora dos grandes holofotes. +.



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