O artigo do jornal Público de 9 de Abril -Museu do Chaido quer mostrar arte sem o filtro da heterossexualidade - é bem revelador da exposição do Museu do Chiado acima divulgada. De lá retiramos: «(...) Emília Tavares, curadora de Fotografia e Novos Média do museu, e Paula Rousch, artista plástica e investigadora, lançam a partir de hoje sessões contínuas de vídeos Hetero Q.B., comissárias de uma exposição colectiva que quer fazer o museu pisar o terreno social.
E o terreno está minado (são temas "delicados", como categoriza Emília Tavares) e cada vez mais disperso: os novos feminismos, que emanam dos países ditos periféricos, cosem-se com novos discursos e o seu tecido faz-se do transgénero, do gay, do queer e estende-se ao étnico, ao religioso. Identidades, portanto, em curtas e longas, vistas exclusivamente por mulheres.
Tudo porque "os museus têm que ser cada vez menos espaços só de legitimação e devem estar a par do que está a acontecer socialmente - ir ao encontro do que está a preocupar, a chocar ou não com a vida das pessoas", explica Emília Tavares ao PÚBLICO. E tanto Paula Rousch, que também participa como artista nesta exposição com Maria Lusitano em Exchanging gifts out there in the orient sobre a surrealista francesa Valentine Penrose, quanto a curadora do Museu do Chiado sentem que também o museu lisboeta devia, como outras "instituições que têm responsabilidades na arte contemporânea pela Europa e pelo mundo", abordar a temática do género. (...)». Continue a ler no site do jornal. E saiba mais no site do Museu.
«Grabado de una beguina de Des dodes dantz, impreso en Lübeck en 1489».
Através da The Economist online, a 27 de Abril, soube que Marcella Pattyn tinha morrido. A última «Beguine». Sempre me impressionou o «Movimento das Beguinas». Para quem não saiba ou queira recordar: «O Movimento das Beguinas situa-se num período denso de inventividade cultural protagonizada por figuras e organizações femininas. A partir da Bélgica, e estendendo-se por outros países europeus, o Movimento das Beguinas pontificou durante os últimos séculos da Idade Média, numa Europa marcada pela presença insubmissa e contestatária de mulheres – santas, sábias, guerreiras -, cuja influência se estende para além da Idade Média». - tirado daqui. E na wikipedia: «As beguinas dedicavam-se ao cuidado dos doentes e dos pobres, assim como às tarefas caritativas e piedosas, sem estar contudo vinculadas a regras de clausura nem a votos públicos.
Num primeiro momento, as beguinas foram toleradas e mesmo encorajadas por serem consideradas um movimento religioso de utilidade para o povo. Contudo, em 1311, o Concílio de Viennecondenou-as por causa do perigo de heresiaque representavam.+
Mas a propósito da morte de Marcella Pattyneste post no Blogue Mujeres, do El País, dá-nos uma boa informação sobre a mulher que agora morreu e o movimento a que pertencia. Começa assim: Murió mientras dormía sin saber que cerraba la última puerta de la existencia de las beguinas. La hermana Marcella Pattyn, fallecida el 14 de abril a los 92 años, era la última representante de la una de las experiencias de vida femeninas más libres de la historia, según los expertos. En la Edad Media, entre la rigidez de los estamentos religiosos, empezaron a aparecer comunas de estas mujeres que iban por libre, eran democráticas y trabajaban para obtener su propio alimento y hacer labores caritativas. Eran comunidades de mujeres espirituales y laicas, entregadas a Dios, pero independientes de la jerarquía eclesiástica y de los hombres.Continue a ler.
«A participação mais intensa de brasileiros na rede social Facebook tem criado uma grande quantidade de “apoiadores” superficiais em favor dos necessitados. São pessoas que, realmente, acreditam que atrás de seus computadores podem fazer o bem e ajudar o próximo. Essa situação motivou a criação de uma campanha publicitária que busca alertar sobre a ineficácia da prática.
O engajamento restrito à internet incomodou a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que desenvolveu a ação “likes não salvam vidas”. A intenção é fazer com que a população entenda que é preciso mais do que cliques de “curtir” e “compartilhar” para ajudar.
A iniciativa mostra em vídeo a história de um menino de dez anos que precisa cuidar do irmão infectado por poliomielite, também conhecido como paralisia infantil. Ironicamente, ele afirma que não está preocupado porque pode contar com a ajuda dos 170 mil seguidores da página da Unicef no Facebook».Continue a ler.
Lembrámos no início e agora que está quase a terminar - a 28 de Abril :OBRA CONVIDADA. Lucas Cranach, o Velho. Judite com a cabeça de Holofernes - no Museu Nacional de Arte Antiga.
«OBRA CONVIDADA. Lucas Cranach, o Velho. Judite com a cabeça de Holofernes - Vinda do Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque, Judite com a Cabeça de Holofernes apresenta-se ao lado da célebre Salomé com a Cabeça de São João Baptista, do MNAA. Uma extraordinária ocasião para entrar em contacto com o peculiar e vasto universo feminino da obra de Cranach, onde a graça e a voluptuosidade podem ser emblemas de virtude heróica (Judite) ou de sedutora perversidade (Salomé) e onde frequentemente se esbatem ou se tornam ambíguas as noções de beleza, sagrada e profana. A reunião destas duas pinturas – pela primeira vez, dado que nunca participaram nas mesmas exposições – permite-nos ver a forma semelhante como Cranach retrata duas figuras diferentes, utilizando os mesmos artifícios e uma composição similar». +
E sobre esta exibição excerto de trabalho de José Luis Porfirio:
Mas há mais, nestes dias de sol, uma ida ao Museu Nacional de Arte Antiga e olhar o Tejo e a outra margem, a partir do seu jardim é, só por si, um Programa.
«É o Amor » é um filme em competição no festival INDIE LISBOA (destaque nossos): «é um documentário contaminado pela ficção, rodado em Caxinas, freguesia de Vila do Conde, onde grande parte da comunidade vive da pesca. Foi lá que o realizador João Canijo e a atriz Anabela Moreira registaram, a partir de uma projeto inicial do festival de Curtas-Metragens de Vila do Conde, uma história sobre amor, trabalho, sacrifícios e dedicação à família.
«(...)
Em «É o Amor», Canijo deu sobretudo protagonismo às mulheres, mas levou Anabela Moreira a questionar-se novamente como atriz, tal como já tinha feito em filmes anteriores como «Noite Escura» e «Mal Nascida», numa parceria cinematográfica que dura há dez anos.
«É o Amor», que tem estreia comercial no país no dia 25, já foi exibido em Caxinas, «que esteve em peso na sessão», recorda Anabela Moreira. "Acho que conseguimos quebrar algumas ideias estereotipadas. Ainda é uma comunidade machista, porque muito da vida gira em torno do fim de semana, daqueles dois dias em que os pescadores regressam a terra", afirmou a atriz. (...)».Leia mais.
Como Já tinhamos divulgado em post anterior, está a decorrer o Ciclo de Cinema "Mês da Prevenção Maus-Tratos na Infância".
Entretanto, informaram-nos que como a lotação do auditório é limitada, irão transmitira sessão em simultâneo on-line, de modo a queoutros jovens e interessadospossamparticipar à distância.
LINK:http://osfilhosdelumiere.blogspot.pt/2013/04/ciclo-de-cinema-mes-da-prevencao-mausO Mais: Paraparticipar no debate e após entrarem no LINK,podem escrever os vossos comentários/questões no separador "Comentários",que está localizado em baixo e que estará disponível a partir das15h nodia 23 de Abril. Estará uma pessoa no auditório atenta aos vossos comentários e intervenções aqui deixadas e irá transmiti-los aos participantes presentes nesta sessão . Se tiverem dúvidas podem ligar para o tm 916859933 ou 964160389.
Olá Crianças! Olá Jovens!, com antecedência, aqui têm esta informação para o caso de não saberem: dia 28 de Abril é o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho.
E a Prevenção e Segurança no Trabalho é uma questão de todos e todas, por conseguinte também dos JOVENS E CRIANÇAS, e não apenas dos adultos. Aliás, se formos aqui chegamos a materiais destinados às escolas porque “A cultura de segurança constrói-se, desde cedo, a partir de pequenos gestos e ensinamentos que nos permitem ao longo da vida adotar práticas seguras no dia-a-dia, no trabalho e fora dele. (…) A Prevenção começa muito cedo e o desenvolvimento de competências nos cidadãos desde cedo gera efeitos facilitadores da identificação, avaliação e consciencialização dos riscos inerentes às atividades quotidianas.”
E podem avisar os mais velhos que «A campanha de 2013 tem como tema central “A Prevenção das Doenças Profissionais”, em alinhamento com a temática escolhida pela OIT para a comemoração do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.
Através da utilização de pequenos bonecos que representam diferentes profissões, pretende-se chamar a atenção para o facto das doenças profissionais não serem causadas apenas pelas profissões que possam estar sujeitas a maiores riscos físicos,acrescentando que podem saber mais no site da Autoridade para as Condições de Trabalho.
E para os mais pequenos, especialmente se quiserem entrar em ação, até descobri videos que ensinam de forma divertida, como este: "Não te podes esquecer".
Não sei se foi por estar mais atenta, mas em 2013 no Dia Internacional da Mulher ou Dia Internacional das Mulheres, como tantos e tantas preferem, contactei, na minha avaliação, com trabalho interessante, útil, sério e de qualidade. Pensamos que faz sentido continuar a partilhar aqui o que encontrámos, umas vezes sem procurar, mas outras indo atrás ... e de que ainda não escrevemos. Agora é a vez de «Sisterhood and After: the Women's Liberation Oral History Project» a que podemos aceder na British Library.
Desde já: «Should boys and girls be educated together or separately? Does gender influence career choice? Should women be paid to do housework? Are masculinity and femininity opposites? What do women from different races and classes have in common? How do they differ?
The women you will meet on this site took on these and other questions in an extraordinary period of British history. They strove for political and social equality, and struggled for changes that would grant both women and men new freedoms. On this site, you can learn about what they fought for, what they achieved and how they achieved it.
These stories are illustrated by oral history recordings and films that capture the voices of women at the forefront of the Women’s Liberation Movement in the 1970s and ‘80s. By talking about their lives, our interviewees respond to thorny political questions in their own personal ways. The Women’s Liberation Movement prided itself upon its lack of stars and a variety of views. There is no one history of feminism, but many, just as there is no one women’s movement but many. The full interviews from our Sisterhood and After: The Women’s Liberation Oral History Project can be accessed here.
Explore the site to discover the continuities and changes that have marked women’s struggles for equality and expression over time, and to ask your own questions about feminist histories and futures.
Due to the nature of the campaigns that were and are important to women’s equality, some of the audio clips on this site deal with challenging subjects and may not be appropriate for some younger students».
A parte sobre a Cultura e as Artes: Changing Cultures and the Arts. Ilustração, no domínio da literatura: «The Women’s Liberation Movement opened doors for women in literature. Women’s publishing houses and magazines such as Virago, The Women’s Press and Spare Rib sprang up. Change happened in more complex ways too, through the creation of a new and broader sense of what was culturally valuable. These ideas fuelled and supported literary and aesthetic revolutions among women writers in the 1960s, ‘70s and ‘80s, with many now classic texts being created at that time». +
E para se ter uma ideia mais global do projeto, talvez ir ao Press Release da British Library a propósito da sua divulgação no dia 8 de Março de 2013: neste endereço. Não é dificil imaginar projetos a partir do Sisterhood and After: the Women's Liberation Oral History Project», e para isso ... só trabalhando de forma partilhada, em colaboração. E há que encontrar financiadores. Como este: The Leverhulme Trust.
E sobre o projeto saiba também na University of Sussex , nomeadamente sobre publicações.
Sisterhood & After: first oral history archive of the UK Women’s Liberation Movement launched in celebration of International Women’s Day
Ontem teve inicio a conferência a que se refere a imagem (uma montagem), de que pode ver Programa detalhado. A titulo de curiosidade, a 16 e 17, em Serralves, decorreu esta iniciativa:
Mas voltando à conferência de Geneve, assinale-se a temática da igualdade de gènero inserida na problemática da sustentabilidade e, nomeadamente, local. E aproveite-se para divulgarmos aqui uma das entidades que aparece referida na documentação da conferência, a WECF:
Como se pode ver no seu site, é uma organização apostada em intervir na defesa do ambiente, e do desenvolvimento sustentável em geral, porque é assunto que diz respeito a todos e a todas, e quer potenciar a interveção das mulheres nesta nova forma de viver reclamada pela sustentabilidade. De facto: «WECF, fondée en 1994 dans la dynamique du Sommet de la Terre de Rio, porte la voix des femmes dans la transition écologique et la politique environnementale. Elle s’appuie sur le potentiel des femmes pour équilibrer économie, écologie et santé et pour garantir un environnement sain à toutes et à tous. WECF est un réseau international de 150 organisations féminines environnementales qui met en œuvre des projets à l’échelle locale dans plus de 50 pays - Europe de l’Ouest et de l’Est, Caucase et Asie centrale - et plaide pour des politiques de développement soutenable à l’échelle globale».Porque tem a ver com tudo isto, amplie-se a mancha, e divulgue-se também «Futuro Sustentável: Uma Nova Economia para Combater a Pobreza e Valorizar a Biodiversidade», um trabalho de vários autores,
como pode verificar, sendo um deles José António Pereirinha com «Existe uma pobreza no feminino - Uma reflexão sobre indicadores de pobreza numa perspetiva de género», (45% das receitas da venda deste livro revertem para a UNICEF).
Olhando para esta «amostra», os territórios para refletir a igualdade de género são cada vez mais amplos.
Logo que as Resoluções da Assembleia da República (RAR) seguintes foram publicadas em Diário da República, a 4 de Abril, que a colega Ana Almeida, do GEPAC, nos alertou para o seu conteudo. Está na hora de o fazermos aqui:
Glória de Matos (1936, Lisboa) iniciou a sua carreira como atriz em 1954, com 18 anos, ao lado de Fernando Amado, com quem fundou a Casa da Comédia. Concluiu o curso de teatro na Bristol Old Vic Theatre School. Passou pela Companhia Portuguesa de Comediantes e, em 1968, chega ao TNDM II. Foi professora da Escola de Teatro do Conservatório Nacional e participou em vários trabalhos de Manoel de Oliveira. Foi também assessora da Secretaria de Estado da Cultura, membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social e assessora do Instituto de Artes Cénicas.
A publicação estatística da imagem foi disponibilizada há poucos dias, e pode ser lida aqui. Para se entrar no problema de que trata, talvez antes ir a Diretiva comunitária sobre esta matéria, a partir da qual fizemos a montagem seguinte:
E voltando à publicação, um dos quadros que podem ser analisados:
E mais este:
2.1: Percentage of identified and presumed victims (2008-2010 period)
E para saber mais tem este site da União Europeia, onde se encontram os quadros anteriores, e aí se chega a informação em formato Press Release e a «Perguntas»/«Respostas». Por fim, é de assinlar, contámos com alertas vários para este post. É isso, um blogue cada vez a contar mais com os seus leitores. Como sempre desejámos.
Para o caso de ainda não conhecer: «A Fundação Calouste Gulbenkian foi selecionada como entidade gestora em Portugal dos fundos do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEE) destinados às Organizações Não-Governamentais (ONG). Tem assim origem o Programa Cidadania Ativa, cujo objetivo primordial é o fortalecimento da sociedade civil portuguesa e o progresso da justiça social, da defesa dos valores democráticos e do desenvolvimento sustentável». Mas saiba mais aqui, e em particular através desta apresentação de onde se retirou:
E o calendário indicativo dos concursos é o seguinte:
Estas são as letras. Melhor dizendo, estas são as nossas amigas letras. Com elas pensamos, com elas lidamos, com elas comunicamos. Fazem parte da nossa alma, do nosso trabalho, da nossa vida. Com este livro, o autor quis mostrar a sua gratidão por tudo de bom que elas representam, doces companheiras quase desde os nossos primeiros passos. A propósito delas, o autor brincou, sorriu, tratou de assuntos mais sérios. Espera que elas não levem a mal. E convida desde já todos os leitores a dizer com ele: «Obrigado, amigas.». +
Arábia Saudita autoriza 1ª mulher a atuar como advogada em tribunais
«O ministério da Justiça nomeou a primeira mulher saudita a atuar como advogada, o que abre caminho para outras profissionais desse setor no reino ultraconservador, anunciou nesta terça-feira (9) à AFP um militante dos direitos humano. Até agora, as sauditas diplomadas podiam trabalhar em firmas de advogados, mas não tinham autorização para atuar em tribunais.O militante Walid Abul Jeir informou ainda que a partir de agora a advogada nomeada poderá abrir seu próprio escritório, depois de ter atuado por três anos em uma firma jurídica».Tirada daqui.
Os leitores deste blogue sempre atentos, foi o Marcelo Gouveia (DGartes) que nos chamou a atenção para esta notícia.
Entretanto sobre «Women's rights in Saudi Arabia» há muitos sitios para se saber mais, por exemplo, neste endereço da wikipedia.
Oradores/a:
Pierre Delagrange (Especialista em emigração), Stefano Liberti
(Realizador cinematográfico) e Susana Gaspar (Amnistia Internacional |
PT)
18 de abril de 2013,
16h30-18h00, Casa das Caldeiras | Coimbra
Evento inserido no Programa da
XV Semana Cultural da UC
A entrada é livre.
«A sessão inicia-se com a projeção de Mar Fechado (Mare Chiuso | Andrea Segre e Stefano Liberti | Za Lab | 2012 | 65'), filme que permite conhecer e documentar as histórias de imigrantes que chegam à Europa em busca de asilo. Foca-se no que aconteceu com os refugiados de vários países africanos na sua tentativa de entrar no velho continente por via marítima, tendo em conta as leis de controlo fronteiriço que os reenviam para a Líbia, país africano de onde partem; e o que se passou nos estabelecimentos prisionais líbios após o envio destes indivíduos de volta para África.
Segue-se um debate em torno de questões atuais no âmbito dos direitos humanos e da justiça social global com a presença de Stefano Liberti, correalizador do documentário, Pierre Delagrange, ativista e especialista sobre migrações, Susana Gaspar, em representação da Amnistia Internacional Portugal e de Iside Gjergji e Mariangela Palladino, investigadoras do CES e responsáveis pela realização e dinamização do evento». +
(imagem utilizada na promoção do working paper no site do observatório)
O Género Como Factor Determinante do Discurso Político - Por uma Leitura Crítica é um working paper, publicado no passado mês de Março pelo Observatório Político do ISCSP-UTL, de autoria de Catarina Santos, e que certamente interessará a leitores e leitoras do Em Cada Rosto Igualdade, e por isso, para quem ainda não conheça, aqui fica a informação. Um excerto do sumário:
«As mulheres continuam a ser uma minoria em postos de poder e decisão. A esfera política, como representante máximo de poder em Estados democráticos, assume uma importância fundamental, já que tem como papel representar todos os cidadãos, homens e mulheres. Contudo, continuamos a encontrar uma enorme discrepância numérica entre sexos, principalmente tendo em conta o facto de que mulheres e homens terminam a sua formação, muitas vezes superior, em condições de suposta igualdade. E Portugal não é exceção neste choque de realidades. (...)». O texto integral está disponível no site do Observatório.
E cá temos mais um post fruto da rede que vamos construindo em torno do Em Cada Rosto Igualdade. Mais do que uma pessoa nos sugeriu este.
Por fim, talvez chamar a atenção para o Arquivo e Biblioteca do centro de investigação. É bom saber destas realidades: «(...) o Observatório Político tem-se empenhado no desenvolvimento sustentado de uma plataforma de estudo, análise e investigação dedicada à política, apostando na cooperação alargada com a sociedade e a comunicação social, para além dos serviços de ciência e tecnologia. (...). + E, quem sabe ... a cultura e as artes, na perspetiva de género, e das «igualdades» em geral, não virão a ser contempladas em futuros estudos.
Todas as clowns têm uma experiência e sensibilidade no trabalho social e comunitário, partilhando valores com o Projecto Chapitô. No final de cada espectáculo, serão promovidos debates e mesas redondas, nos quais serão envolvidos vários agentes culturais, contrapondo as artes do Circo a outras artes performativas. Na mais elementar das formas, dir-se-ia que a 6ª edição do Ciclo de Mulheres-Palhaço é um recuperar do Humor e do Riso sempre, no Feminino. (...). + . E foi o Paulo Carretas (Dgartes), sempre atento, que nos alertou com antecedência para esta iniciativa.
Indo de encontro a sugestões presentes e passadas de «Margaridas», e de outras leitoras com outros nomes, e leitores, do nosso blogue , aqui temos «Ai Margarida»: «Camané revelou o novo tema, «Ai Margarida», um dos inéditos da compilação de êxitos que chega às lojas a 29 de abril. O single de avanço, um poema de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), conta com música de Mário Laginha. «Ai Margarida» terá direito a um videoclip nas próximas semanas». Parece que por aqui, para muitos e muitas, se cumpre o que diz uma das nossas grandes fadistas, «para ouvir Camané, até vou descalça». Assim, todos juntos com os que deram a ideia de divulgarmos trabalhos «com nome de mulher». Neste caso não estamos perante coisa pouca: Pessoa + Laginha + Camané ! Antes já tivemos «Carolina».
Na concretização do acima registado, ontem, em cerimónia que decorreu no Antigo Refeitório do Mosteiro dos Jerónimos e em que estiveram presentes o Secretário de Estado da Cultura, Dr. Jorge Barreto Xavier, e a Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Dr.ª Teresa Morais, foram distinguidas cinco mulheres portuguesas da cultura, escolhidas de entre as muitas que poderiam lá estar, como referiu a Secretária de Estado. As contempladas: Germana Tânger (teatro), Anna Mascolo (dança), Joana Carneiro (música), Joana Vasconcelos (artes plásticas) e Inês Lobo (arquitetura). Com este gesto quis chamar-se a atenção para a desigualdade que ainda existe quanto ao reconhecimento do papel da mulher na cultura e artes, nomeadamente enquanto criadoras, aliás, á semelhança do que se passa com outras áreas da atividade humana, e para a importância da paridade entre homens e mulheres nos diferentes cargos e funções. «As mulheres não têm ainda no País e no Mundo, a visibilidade que a sua qualidade intrínseca justifica; às mulheres não é ainda suficientemente reconhecido o papel fundamental que têm, como parceiras e iguais, no desenvolvimento social, económico e cultural das nações e do Mundo; as mulheres são frequentes vezes esquecidas em prémios e distinções que, não sendo exclusivamente criados para homens, na prática, não distinguem as mulheres de forma equilibrada e justa», afirmou a Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais.
«Ainda se torna necessário lutar para defender a igualdade de género, o que significa que continuamos a precisar de realçar o papel da mulher na sociedade portuguesa», disse, por seu lado, o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. «E sabemos ainda que estas mulheres extraordinárias que aqui estão não precisam de ser premiadas especificamente pelo seu género. Elas valem enquanto grandes portuguesas que são, e pelo que fizeram, pelo qual estamos gratos», acrescentou, dirigindo-se às distinguidas». +
O reconhecimento das galardoadas baseia-se na relevância e coerência da obra, na inovação e no carácter pioneiro da actividade artística, e no impacto social e cultural da obra produzida como está escrito, por exemplo, nesta notícia, e como pode ser visto no regulamento do prémio que começa assim:
Das homenageadas, duas delas já foram «nossas» mulheres na cultura: Anna Mascolo e Joana Vasconcelos. Sobre Germana Tânger, façamos eco do que por lá fomos ouvindo de colegas de profissão: a sua intervenção quando começou a haver teatro na RTP, o seu papel na divulgação da poesia, e a forma perfeita como «dizia» e como levava os outros e outras a «dizer», nomeadamente enquanto professora.Lembrámo-nos de uma sua passagem pelo programa Câmara Clara.
Sobre Inês Lobo, em vez de trazermos para aqui muito do que podia ser referido concentremo-nos num dos seus trabalhos, o de Comissária da Representação Portuguesa na Bienal de Arquitetura de Veneza 2012EXPOSIÇÃO "LISBON GROUND":
Quanto a Joana Carneiro, veja-a no programa De Caras da RTP 1, mas o melhor mesmo é olhá-la em função:
Pequenas partes de vidas cheias, mas que nos deixam vislumbrar o todo já feito, e adivinhar o muito que ainda está por acontecer.
to consider together with their cultural institutions how best to understand the mechanisms which produce inequalities so as to avoid as far as possible any discrimination on the basis of sex;
b)
to remove all obstacles to women accessing top positions in the most prestigious cultural institutions and organisations;
c)
to introduce to the sector new ways of organising work, delegation of responsibilities and time management which take into account the personal-life constraints of women and men;
d)
to recognise that in this sector, where untypical hours, high mobility and job insecurity are the norm and are more destabilising for women, collective solutions should be found for providing childcare (e.g. opening of crèches in cultural undertakings with hours adapted to rehearsal and performance times);
14. Reminds the cultural institutions of the vital need to translate into fact the democratic notion that equal work by men and women must be matched by identical pay, which, in the arts as in many other sectors, is still not the case;
15. Encourages the Member States to produce comparative analyses of the current situation in the performing arts in the various countries of the Union, to draw up statistics in order to facilitate the design and implementation of common policies and to ensure that the progress achieved can be compared and measured;
16. Calls on the Member States to improve the social situation of persons active in the arts and culture sector, taking account of the various employment relations involved, and to ensure better social protection; (...)».
E para terminar, dar testemunho da satisfação viva com que os presentes aplaudiam as homenageadas, e através delas, voltando ao princípio, certamente as muitas outras que lá poderiam estar ... a quem é preciso dar visibilidade de uma forma permanente, continuada e sistemática. Essa uma das finalidades do Em Cada Rosto Igualdade. E pegando em palavras do post anterior, pequenos contributos para que não haja arte sem história. Falta dizer que esta mensagem contou com a colaboração de Susana Neves (Dgartes).