quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ETTY HILLESUM


Um leitor do blogue - Esaú Dinis -  em reação a este post enviou-nos a seguinte mensagem:
«Como estava a reler algumas páginas do Diário 1941-1943 de Etty Hillesum, da Assírio & Alvim, 2009, Lisboa, resolvi  enviar (...) para o (...) 'Em cada rosto igualdade', a seguinte citação:
         “Talvez a genuína,  interior emancipação feminina ainda tenha de começar. Ainda não somos verdadeiramente indivíduos, somos fêmeas. Continuamos agrilhoadas por tradições seculares, ainda precisamos de nascer como indivíduos, eis aqui uma tarefa para a mulher.” p. 98»

Uma boa ocasião para trazermose ETTY HILLESUM para o blogue  e este livro em particular. A sinopse do «Diário»:

«Foi novamente como se a Vida, com todos os seus segredos, estivesse próxima de mim, como se eu a pudesse tocar… E ali sentia-me imensamente segura e protegida. E pensei: “Como isto é estranho. É guerra. Há campos de concentração. Pequenas crueldades amontoam-se por cima de pequenas crueldades. Quando caminho pelas ruas, sei que, em muitas das casas por onde passo, há ali um filho preso, e ali um pai refém, e ali têm de suportar a condenação à morte de um rapaz de dezoito anos.” E estas ruas e casas ficam perto da minha própria casa.
Sei do grande sofrimento humano que se vai acumulando, sei das perseguições e da opressão… Sei de tudo isso e continuo a enfrentar cada pedaço de realidade que se me impõe. E num momento inesperado, abandonada a mim própria — encontro-me de repente encostada ao peito nu da Vida e os braços dela são muito macios e envolvem-me, e nem sequer consigo descrever o bater do seu coração: tão fiel como se nunca mais findasse…»

A 9 de Março de 1941, quando Esther (Etty) Hillesum começou a escrever, no primeiro dos oito cadernos de papel quadriculado, o texto que viria a ser o seu Diário, estava-se longe de pensar que começava aí uma das aventuras literárias e espirituais mais significativas do século. Ela tinha vinte e sete anos de idade e morreria sem ter feito trinta.
A 30 de Novembro de 1943, a Cruz Vermelha comunicou a sua morte em Auschwitz».+

E saiba mais sobre Etty Hillesum, por exemplo, na Wikipedia. 


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