«O filme é baseado na verdadeira relação entre dois homens. É a história de um famoso pianista negro que contrata um segurança Italo-americano para o conduzir pelo Sul do país». Saiba mais.
Da critica (Jornal Público):
«Green Book é bem um filme para estes tempos, tempos americanos mas não apenas americanos, em que se descobre que a ferida do racismo ainda arde. Conta a história, baseada em factos verídicos, da relação entre um motorista improvisado, branco e italo-americano, vindo do mundo das discotecas e dos casinos (Viggo Mortensen), e o célebre pianista Don Shirley (Mahershala Ali, visto em Moonlight), que precisava de quem o conduzisse numa digressão pelo deep south americano. Funciona como um daqueles buddy movies que vão relatando a conquista da amizade entre os seus opostos protagonistas, da distância, e até antipatia, iniciais, até ao momento em que se reconhecem numa espécie de irmandade aqui, o momento em que Shirley confessa o seu desespero solitário, o do negro rico e privilegiado que não é aceite pelos brancos (pelo menos quando não está num palco em frente ao piano) nem é reconhecido como um igual pelos negros, pelo excessivo privilégio que tem.
O título do filme, que foi um dos principais vencedores dos Globos de Ouro e acaba de ser nomeado para cinco Óscares, vem do que deve ser uma curiosa peça de literatura turística: um guia para viajantes negros no Sul dos EUA, indicando os sítios a evitar e aqueles, motéis ou restaurantes, que furam a segregação vigente e são, pelo menos, tolerantes à presença de indivíduos de pele escura. Algumas críticas americanas a Green Book têm a ver com isso, considerando que se trata de um retrato amenizado do inferno absoluto que era o deep south, nos anos 60, para quem fosse negro; e críticas que serão justas, porque nunca se passa à atmosfera de terror e persecução que certas cenas parecem fazer adivinhar ou pressentir. (...)». Continue a ler.