XX FESTA DO TEATRO — FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE SETÚBAL
Vários lugares, Setúbal, de 23 de agosto a 2 de setembro
Do semanário EXPRESSO:
«TEATRO E PENSAMENTO
Este ano, a programação da Festa do Teatro apresenta uma forte incidência sobre questões de lugar e, principalmente, sobre questões de género
TEXTO JOÃO CARNEIRO
Mancebas de clérigos ou de homens casados, prostitutas, ladras, alcoviteiras, feiticeiras, adúlteras, outras — os nomes indicam aquilo que muitas mulheres eram, ou de que eram acusadas, arriscando-se assim a serem condenadas, presas e mortas, a não ser que o rei lhes perdoasse os crimes; foram as “Cartas de Perdão” concedidas por D. João II a muitas destas mulheres que estiveram, em grande medida, na origem do primeiro espetáculo da edição deste ano da Festa do Teatro, em Setúbal, organizada pelo Teatro Estúdio Fonte Nova; escrito por Luísa Monteiro, “Ah! Minha Dinamene” é encenado por José Maria Dias, o diretor artístico do Teatro Estúdio Fontenova e do festival.As mulheres, o universo feminino e, de uma maneira abrangente, as questões de género, formam a linha mais evidente da programação deste ano. Ainda numa perspetiva histórica, “Epopeia”, por A Corda Teatro, debruça-se sobre a vida de quatro mulheres, Joana de Áustria, Públia Hortênsia de Castro, Antónia Rodrigues e Maria Sequeira; um outro olhar, este sobre a história de arte e a representação de mulher, é proposto por “Corpo Futuro”, com texto e encenação de Ricardo Cabaça. Já “Rosa Choque”, da companhia brasileira Os Conectores, parte de considerações ideológicas para se concentrar nos problemas da violência contra a mulher; e em “La Mar de Lejos”, da companhia Tras el Trapo Teatro (Espanha), duas mulheres são as protagonistas de uma fábula sobre a memória e a realidade de um universo marcado pelo sofrimento. (...)».
AS MULHERES EM “AH! MINHA DINAMENE”, NA ABERTURA DA FESTA DO TEATRO
FOTO LEONARDO SILVA
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