Como anunciámos em post anterior, hoje, na Gulbenkian, está a decorrer «A Conferência "Problemas sociais complexos: desafios e caminhos" que "procurará refletir sobre os desafios que se colocam a Portugal através de novos modelos de governação, que envolvam o Estado, a sociedade civil e as empresas, numa dinâmica de colaboração. A complexidade dos problemas, nomeadamente sociais, não é compatível com a continuação de respostas isoladas. É o desafio de um novo modelo de governação integrada que estará no centro deste debate».
Neste ambiente, trazemos para o Em Cada Rosto Igualdade o artigo Cultivar uma Escuta Atenta | Desenvolver uma lucidez compassiva e operativa da Professora Manuela Silva, disponível no site da Fundação Betânia, que nos parece de uma grande oportunidade, e interessará a todos os que se preocupam com problemas complexos que assolam o século XXI, nomeadamente na esfera da(s) igualdade(s). Começa assim:
A verdadeira revolução é a da compaixão e da
ternura, a fazer crescer a amizade no lugar dos fantasmas da inimizade e da
indiferença.
(Palavras do Papa Francisco por ocasião do encontro com
pessoas assistidas pela Comunidade de Santo Egídio, em
Roma)
Não é supérfluo lembrar
que vivemos num mundo caracterizado por uma grande complexidade e acelerada
mudança de paradigma, com consequente incerteza quanto ao futuro.
Experimentamo-lo nos nossos quotidianos e nas nossas relações de proximidade,
mas também o reconhecemos quando deparamos com as análises de base cientifica que procuram interpretar os
processos de transformação acelerada e profunda em curso, que caracterizam os
vários níveis da vida colectiva, a economia e a finança globalizadas, a
informação, a cultura ou a acção dos media.
Como enfrentar
estas novas realidades? Como preparar-nos para não sucumbir à passividade e à
alienação?O primeiro passo é, sem dúvida, o melhor conhecimento da realidade e a maior lucidez na identificação das causas geradoras do status quo. Em particular, importa identificar as situações de injustiça social, de pobreza e grande desigualdade na apropriação dos bens, de risco ecológico, de ameaças à dignidade da vida humana e à qualidade de vida das pessoas, aos impactos do marketing nas nossas aspirações e desejos e ao domínio dos media.
Deste conhecimento há de fazer parte um discernimento permanente do nosso olhar sobre a realidade e tantas vezes o esforço de converter esse olhar, ultrapassando juízos preconceituosos que nos impedem de ver a realidade tal como ela é.
Para um conhecimento lúcido sobre a realidade, há que aprender a procurar e a selecionar a informação disponível e a confrontar com outrem os nossos pontos de vista, o que, numa perspectiva espiritual, leva a cultivar uma atitude de “escuta tolerante e humilde” (Emma Ocaña). Continue a ler.
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