Júlio Pomar morreu, e o titulo no Expresso:
Morreu Júlio Pomar, o artista que fez o pleno - Há artistas cuja importância está ligada a um momento específico da história da arte. Outros distinguem-se por conseguirem dar sucessivos impulsos à obra ao longo da vida. Júlio Pomar, que faleceu esta terça-feira em Lisboa, aos 92 anos, fez o pleno. Leia mais.
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E nesta hora, em jeito de homenagem, sublinhemos algumas das suas obras, começando pela Gadanheiro, na imagem acima:
«O Gadanheiro, realizado em Évora na IX Missão Estética de Férias
(iniciativas criadas pela SNBA e dirigidas por Dordio Gomes), é uma das
pinturas inaugurais do Movimento Neo-Realista português, em ruptura com
o panorama artístico e conservador da década de 40. O Modernismo
interroga as suas possibilidades políticas no mundo português subjugado
pelo fascismo e a pintura de Júlio Pomar terá sido a que mais profunda e
consequentemente o fez. Partindo das diversas assunções dos Realismos
das décadas de 30 e 40, sobretudo no contexto americano, encontrou
diferentes possibilidades de produzir uma arte revolucionária e moderna.
Em o Gadanheiro o ponto de vista do olhar do observador situa-se
próximo do gadanho, que constitui o motivo central da pintura, enquanto
que o corpo do trabalhador se distende expressivamente para os extremos
da tela, desfigurando as proporções da mão e da perna. Estas distorções
– valoradas em várias obras do Movimento Neo-Realista, de forma a
realçar a instrumentalização do corpo pelo trabalho – remetem para
referências internacionais de diversas proveniências, que vão da pintura
de Cândido Portinari, no Brasil, recorrem curiosamente a um esquema de
iluminação característico do cinema expressionista alemão e encontram na
pintura realista de Thomas Hart Benton, nos eua do período da
depressão, a sua mais directa relação. Esta manifesta-se no esquema
cromático e sobretudo no movimento ondulante de toda a composição. A
globalidade destes aspectos contribui para problematizar dinamicamente
estes signos como informantes sociais, sobre a figura do Gadanheiro.
Nesta pintura inscreve-se vigorosamente a noção de força de trabalho,
aliada a uma forte consciência social, que liga uma posição estética à
oposição política. Pedro Lapa»
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Ainda, sobre a morte do Pintor, e para a nossa singela homenagem, por exemplo, do Público:
Morreu Júlio Pomar, “uma figura mítica da arte portuguesa”
De lá: «(...) Um ano mais tarde realiza a primeira obra neo-realista, O Gadanheiro, que, com o Almoço do Trolha,
é uma das mais conhecidas deste movimento em Portugal, que reuniu
também os pintores Vespeira, Querubim Lapa, Alice Jorge e outros, numa
procura da forma herdada do realismo oitocentista que exprimisse o viver
e o quotidiano das classes mais desfavorecidas, teorizada em Portugal
por pensadores como Mário Dionísio ou Ernesto de Sousa. Ao mesmo tempo,
Pomar integrava o Partido Comunista e o MUD Juvenil (que lhe valeria uns
meses na prisão), e a partir de 1956 foi um dos organizadores e um dos
participantes nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, que se opunham
às mostras oficiais organizadas pelo regime de Salazar. (...)». Leia na integra.
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E no Observador: Fotogaleria. 27 obras emblemáticas de Júlio Pomar em imagens . Uma delas:
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