terça-feira, 8 de março de 2016

ANA VIEIRA








Ana Vieira morreu na semana passada. Conforme se pode ler, por exemplo,   no Expresso online: «De acordo com o galerista José Mário Brandão, a artista encontrava-se hospitalizada há algum tempo, vindo a falecer numa altura em que uma das suas obras mais recentes, “A arte da Fuga”, foi apresentada durante a feira ARCO Madrid (...). “Perdemos uma grande artista e uma grande amiga”, comentou o  galerista à Lusa. 
Ana Vieira nasceu em Coimbra, em 1940, e por ligação paterna cresceu na Ilha de São Miguel, nos Açores, mas vivia e trabalhava em Lisboa, onde estudou pintura na Escola Superior de Belas Artes».
E do jornal SOL (destaques nossos): «Admirada nesse regime de quase segredo por aqueles que mostram atenção e cuidam dos caminhos que rasga a arte neste país, a artista plástica Ana Vieira deixou o exemplo de uma presença inspiradora nessa margem inquieta "com uma obra completamente singular" e de "grande intensidade", segundo o amigo e colaborador, Jorge Silva Melo, cruzando diversas disciplinas e recusando a facilidade comercial, o que a posicionou entre "um grupo prestigiado e restrito de mulheres artistas que, em Portugal, souberam e sabem realizar uma obra artística sem cedências de qualidade", como assinalou no Público a crítica de arte Luísa Soares de Oliveira. 
(...)
O diretor dos Artistas Unidos lamentou que a obra de Ana Vieira não tenha obtido o reconhecimento que merecia no seu país, mas foi João Fernandes – diretor artístico do Museu Serralves na altura em que ali se realizou a primeira exposição antológica da artista (1998-99) – quem fez questão de frisar as poucas oportunidades que foram dadas a Portugal para ficar a conhecer a obra de uma das suas "artistas mais fascinantes".  (...)
Num depoimento que enviou ao Público,  o atual subdiretor artístico do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, em Madrid, lembra que se Ana Vieira "cultivava o seu mistério" o certo é que sofreu "com a desatenção e o desamor que o país sempre dedicou aos seus artistas". Revela ainda como, nos últimos anos, a artista que considera indispensável a qualquer história da arte do nosso tempo ou história das mulheres no nosso país, "vivia indignada com a pobreza de espírito revelada pelos governantes no seu constante esquecimento e menorização das artes". (...).
Mais tarde pediu-me para ir a sua casa ver o que já tinha feito para a exposição. Quando cheguei a casa dela, cansado de subir aquelas escadas, sofri um soco no estômago, tive de me sentar  e fiquei completamente maravilhado com o que vi. Aconteceu aquilo  que acontece quando descubro um trabalho ‘fresco’ que me surpreende e me enche a cabeça de interrogações. 
A Ana sabia que eu só trabalho com jovens artistas e sabia muito bem que ela era um deles». Leia na integra. Saiba mais no site ANA VIEIRA.

Toucador”, uma obra criada por Ana Vieira em 1973
D.R.
E  assim assinalamos  também o 8 de março de 2016, lembrando e, ao nosso jeito, homenageando  ANA VIEIRA. 


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