terça-feira, 26 de março de 2019

BAUHAUS | A história da mais revolucionária das escolas de arquitetura e artes tem sido escrita no masculino. Em Erfurt, Alemanha, abriu uma exposição apostada em recuperar o papel que ali tiveram as mulheres



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Excerto: 
«(...) Oskar Schlemmer (1888-1943), pintor, escultor, coreógrafo e um dos mestres da Bauhaus, dizia que “onde quer que haja lã, haverá uma mulher a tecê-la”. A frase nada tem de inócuo, até pela mundividência revelada. Entronca, de facto, na ideologia dominante nos primeiros anos da escola, apesar das declarações de princípio efetuadas pelos seus responsáveis. Em abril de 1919, o primeiro programa da Staatliches Bauhaus Weimar, escrito por Walter Gropius, proclamava a aceitação de todas as pessoas de “boa reputação, independentemente da idade e do sexo”.
Não deixava de ser uma declaração arrojada para a época. As mulheres tinham acabado de adquirir o direito de voto com a nova constituição de Weimar, e vivia-se um tempo de mudança. O uso de calças e cabelo curto, a frequência dos cabarets, eram apenas alguns sinais de mulheres a quererem assumir a sua própria sexualidade e o acesso a novas profissões, como médicas ou juristas. No contexto de uma escola que se pretendia inovadora, não seria acertada a tentativa de imposição de uma qualquer política de sexos.
A prática revelou-se bem diferente. Apesar de não ser aquela a primeira escola mista da Alemanha, logo no primeiro curso, inscreveram-se quase tantas mulheres (51) como homens (61). Logo aí terão começado os problemas, com as mulheres a serem desviadas para cursos tidos como mais adequados à sua feminilidade. Numa carta dirigida a Annie Weil em fevereiro de 1921, Walter Gropius não podia ser mais claro: “Diz a nossa experiência não ser aconselhável às mulheres trabalharem nos ateliês mais duros, como de carpintaria. (...). Pronunciamo-nos basicamente contra a sua formação em arquitetas.” Gropius escudava-se em supostas questões genéticas para sustentar que as mulheres só conseguiriam pensar em duas dimensões, ao contrários dos homens, que pensam em três dimensões. (…)». Leia na integra.


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A propósito das Mulheres e Bauhaus:

«Bauhaus women:From Design Object to Subject



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