«Cidade de Setúbal, décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XX. Num Portugal provinciano, amordaçado e eternamente adiado, Arminda e Maria João nascem no mesmo bairro, no meio da mesma miséria, numa cidade que adormece e acorda ao som das sirenes da indústria conserveira e onde se cruzam múltiplos interesses nacionais e internacionais.
Os seus destinos serão bem diferentes, construídos com obstinação e persistência, tentando não levantar mais ondas do que aquelas que sacodem periodicamente esta cidade de gente do mar. As teias femininas do Largo da Fonte Nova vão-se tecendo sub-reptícias, subversivas, subtis, contra ventos e marés, a romper o cerco do medo e da pobreza de meios e de espírito.
Alice Brito consegue, em "As Mulheres da Fonte Nova", a proeza de nos dar, num fundo histórico sólido e rigoroso, uma narrativa forte, de mulheres de armas, realista e sem concessões, onde um humor desconcertante e um estilo actual despem o drama destas vidas de qualquer sentimentalismo, deixando-nos só a paixão de uma grande história, que se lê de um fôlego. É urgente, no Portugal da segunda década do século XXI, conhecer estas mulheres». +.
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