Da revista «E» do Semanário Expresso desta semana:
«ANNA CALVI “PRETENDI CRIAR ALGO MAIS VISCERAL, ANIMAL E SELVAGEM”
Cinco anos depois de “One Breath”, Anna Calvi publica o terceiro álbum, “Hunter”. Um quase-manifesto “queer e feminista” acerca do qual afirmou tê-lo desejado “primitivo e belo, vulnerável e forte, o caçador e a presa”, uma arma “tranquilamente audaciosa e provocante” nas políticas de género. Com guitarras incendiárias
ENTREVISTA JOÃO LISBOA
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Descreve “Hunter” como “um álbum queer e feminista”, que lhe permitiu “exprimir-se livremente e sem se preocupar com o modo como poderá ser julgada acerca do que deveria fazer com o seu corpo”. Pode dizer-se, então que, no centro deste disco, existe uma agenda de políticas de género?
Não se trata de impor uma agenda, mas de fazer passar a ideia de que não devemos sentir-nos obrigadas a assumir os estereótipos femininos mas sim explorarmos tudo aquilo que uma mulher pode realmente ser em vez daquilo que nos dizem que ela deverá ser. A personagem de ‘Hunter’, por exemplo, procura o prazer sem qualquer espécie de vergonha. A nossa cultura está impregnada de fantasmas de mulheres enquanto objetos de caça dos homens. Quis inverter os papéis: a mulher como caçadora que se apodera da sua presa, masculina ou feminina. Basta de tolerância em relação aos limites que, alegadamente, definiriam como uma mulher se deve comportar. Por que motivo haveria de aceitá-los apenas por causa da minha anatomia?(...)»
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