domingo, 5 de janeiro de 2014

EUSÉBIO | «E então não era golo - era poema»





Havia nele a máxima tensão.
Como um clássico ordenava a própria força,
sabia a contenção e era explosão,
havia nele o touro e havia corça.

Não era só instinto era ciência,
magia e teoria já só prática.
Havia nele a arte e a inteligência
do puro jogo e sua matemática.

Buscava o golo mais que golo: só palavra.
Abstracção. Ponto no espaço. Teorema.
Despido do supérfluo rematava
e então não era golo – era poema.

Manuel Alegre, sobre Eusébio

 

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