sexta-feira, 25 de maio de 2018

JÚLIO POMAR | morreu aos 92 anos




Júlio Pomar morreu, e o titulo no Expresso: 

Morreu Júlio Pomar, o artista que fez o pleno - Há artistas cuja importância está ligada a um momento específico da história da arte. Outros distinguem-se por conseguirem dar sucessivos impulsos à obra ao longo da vida. Júlio Pomar, que faleceu esta terça-feira em Lisboa, aos 92 anos, fez o pleno. Leia mais.

_____________________

E nesta hora,  em jeito de homenagem, sublinhemos algumas das suas obras, começando pela Gadanheiro, na imagem acima: 

«O Gadanheiro, realizado em Évora na IX Missão Estética de Férias (iniciativas criadas pela SNBA e dirigidas por Dordio Gomes), é uma das pinturas inaugurais do Movimento Neo-Realista português, em ruptura com o panorama artístico e conservador da década de 40. O Modernismo interroga as suas possibilidades políticas no mundo português subjugado pelo fascismo e a pintura de Júlio Pomar terá sido a que mais profunda e consequentemente o fez. Partindo das diversas assunções dos Realismos das décadas de 30 e 40, sobretudo no contexto americano, encontrou diferentes possibilidades de produzir uma arte revolucionária e moderna. Em o Gadanheiro o ponto de vista do olhar do observador situa-se próximo do gadanho, que constitui o motivo central da pintura, enquanto que o corpo do trabalhador se distende expressivamente para os extremos da tela, desfigurando as proporções da mão e da perna. Estas distorções – valoradas em várias obras do Movimento Neo-Realista, de forma a realçar a instrumentalização do corpo pelo trabalho – remetem para referências internacionais de diversas proveniências, que vão da pintura de Cândido Portinari, no Brasil, recorrem curiosamente a um esquema de iluminação característico do cinema expressionista alemão e encontram na pintura realista de Thomas Hart Benton, nos eua do período da depressão, a sua mais directa relação. Esta manifesta-se no esquema cromático e sobretudo no movimento ondulante de toda a composição. A globalidade destes aspectos contribui para problematizar dinamicamente estes signos como informantes sociais, sobre a figura do Gadanheiro. Nesta pintura inscreve-se vigorosamente a noção de força de trabalho, aliada a uma forte consciência social, que liga uma posição estética à oposição política. Pedro Lapa»


_____________________

Ainda, sobre a morte do Pintor, e para a nossa singela homenagem,  por exemplo, do Público: 





Morreu Júlio Pomar, “uma figura mítica da arte portuguesa”

De lá: «(...) Um ano mais tarde realiza a primeira obra neo-realista, O Gadanheiro, que, com o Almoço do Trolha, é uma das mais conhecidas deste movimento em Portugal, que reuniu também os pintores Vespeira, Querubim Lapa, Alice Jorge e outros, numa procura da forma herdada do realismo oitocentista que exprimisse o viver e o quotidiano das classes mais desfavorecidas, teorizada em Portugal por pensadores como Mário Dionísio ou Ernesto de Sousa. Ao mesmo tempo, Pomar integrava o Partido Comunista e o MUD Juvenil (que lhe valeria uns meses na prisão), e a partir de 1956 foi um dos organizadores e um dos participantes nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, que se opunham às mostras oficiais organizadas pelo regime de Salazar. (...)». Leia na integra.


_____________________




Júlio Pomar | A refeição do menino ou almoço








Sem comentários:

Enviar um comentário