terça-feira, 22 de abril de 2014

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ



Na sua morte, não podíamos deixar de nos referir a GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ. Comecemos por duas personagens femininas inesquecíveis, para o que recorremos  aqui: 

Úrsula Iguarán

Macondo é, sem dúvida, o lugar imaginário mais belo da literatura em espanhol. E seu coração é Úrsula Iguarán . Ela fundou Macondo e sua morte, após a inundação dos "quatro anos, onze meses e dois dias", dá início ao declínio da cidade. Curiosamente, García Márquez também morreu em uma Quinta-feira Santa, assim como Úrsula.
Úrsula é exuberante e generosa (adotou os 17 filhos naturais de Aureliano Buendía). É também justa, porém rigorosa e, acima de tudo, tem uma firmeza inabalável: é expulsa de sua própria casa com seus dois filhos, Rebecca e José Arcadio, quando se descobre que são casados, e destitui o prefeito da cidade a chicotadas diante de uma injustiça.

Seu caráter matriarcal, que servirá de apoio ao povoado por mais de 100 anos, é essencial para entender o espírito da obra de García Márquez, mas especialmente a sua opinião sobre as mulheres: nos livros do escritor colombiano elas têm poder, tomam decisões e, sobretudo, são cientes da realidade em torno delas. Já os homens passam o tempo perseguindo fantasias ou em guerras.


Nena Daconte

Quando Macondo foi varrida da face da terra, Gabriel García Márquez teve que recorrer a outras fontes de inspiração para continuar com sua literatura. Em Doze Contos Peregrinos, seu último livro de contos, surge uma mulher, muito longe da imagem bucólica de seu povo imaginário, moderna, educada e com calças: Nena Daconte.
No conto O Rastro do Teu Sangue na Neve, Gabo nos mostra uma mulher que comanda seu destino e que seria capaz de governar o planeta com sua inteligência e doçura.

A brevidade do conto torna essa personagem ainda mais poderosa. Nena Daconte não sobrevive até a metade da história, mas vive a sua agonia com dignidade incrível, que a torna uma personagem inesquecível no vasto legado literário do Nobel colombiano.

Depois, o Discurso aquando da entrega do seu  NOBEL DA LITERATURA:



que pode seguir em texto:

La soledad de America latina

Antonio Pigafetta, un navegante florentino que acompañó a Magallanes en el primer viaje alrededor del mundo, escribió a su paso por nuestra América meridional una crónica rigurosa que sin embargo parece una aventura de la imaginación. Contó que había visto cerdos con el ombligo en el lomo, y unos pájaros sin patas cuyas hembras empollaban en las espaldas del macho, y otros como alcatraces sin lengua cuyos picos parecían una cuchara. Contó que había visto un engendro animal con cabeza y orejas de mula, cuerpo de camello, patas de ciervo y relincho de caballo. Contó que al primer nativo que encontraron en la Patagonia le pusieron enfrente un espejo, y que aquel gigante enardecido perdió el uso de la razón por el pavor de su propia imagen.
Este libro breve y fascinante, en el cual ya se vislumbran los gérmenes de nuestras novelas de hoy, no es ni mucho menos el testimonio más asombroso de nuestra realidad de aquellos tiempos. Los Cronistas de Indias nos legaron otros incontabels. Eldorado, nuestro país ilusorio tan codiciado, figuró en mapas numerosos durante largos años, cambiando de lugar y de forma según la fantasía de los cartógrafos. En busca de la fuente de la Eterna Juventud, el mítico Alvar Núñez Cabeza de Vaca exploró durante ocho años el norte de México, en una expedición venática cuyos miembros se comieron unos a otros, y sólo llegaron cinco de los 600 que la emprendieron. Uno de los tantos misterios que nunca fueron descifrados, es el de las once mil mulas cargadas con cien libras de oro cada una, que un día salieron del Cuzco para pagar el rescate de Atahualpa y nunca llegaron a su destino. Continue a ler por exemplo aqui.

Por fim, remetendo para o Dossiê organizado pelo El País, donde esta imagem:


García Márquez hacia 1972 en Barcelona.

E encerremos com as palavras do Secretário de Estado da Cultura: O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, considerou  «que as obras e o contributo para a sociedade do escritor Gabriel García Márquez, "um dos mais notáveis escritores do século XX", permanecerão "na memória de todos"». +


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