segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Isabel Laginhas






Isabel Laginhas morreu. Sobre a sua atividade profissional, de uma iniciativa recente da Câmara Municipal de Lisboa: «Isabel Laginhas, pintora e uma das artistas pioneiras dos Ateliês dos Coruchéus, nasceu em Lisboa em 1942, onde estudou pintura, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. A sua curiosidade artística levou-a através da pintura, tapeçaria, ilustração de livros e desenho de figurinos para o teatro.
A artista foi professora de desenho na Escola Francisco Arruda e de tapeçaria na Escola de Artes Decorativas António Arroio dedicando-se, ainda, à investigação da tapeçaria moderna como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.
Isabel Laginhas recebeu vários prémios e realizou exposições em Portugal e no estrangeiro. As suas obras evoluíram de um pendor neofigurativo para o abstracionismo geométrico que desenvolve na atualidade».
Mas para quem a conheceu, neste momento, e em jeito de homenagem, mais restrita, peguemos no que sobre Isabel Laginhas escreveu António Costa, Primeiro Ministro, que tão bem sublinha um lado luminoso da artista e que muitos lhe terão reconhecido, num percurso de vida  que teve os seus espinhos, nomeadamente nos últimos anos: 


OPINIÃO

Adeus, Sotora Isabel

Muitos vão poder evocar o seu trabalho de artista plástica e a sua obra testemunhará o seu talento, assinado com o seu nome, Isabel Laginhas. Eu só quero recordar a Sotora Isabel.
(...)
Sotora era a diretora. Novíssima, sorridente, cheia de alegria e energia, contagiou-nos a todos, naquela ilha de liberdade que ali abriu.
(...)As revoluções têm coisas estranhas e no ano letivo de 1974/75, a escola acabou e a Sotora deixou de ser a nossa diretora.
Sempre que encontro um professor que sorri, uma escola com alegria, experiências inovadoras, lembro-me de si.
O mês passado voltei de novo ao Conservatório, agora como primeiro-ministro, e pela primeira vez desde que fomos expulsos.
Estávamos vários, num misto de saudade e ajuste de contas, voltando agora para lançar as obras que há anos urgiam.
Sotora já não pôde vir. Mas todos a sentimos connosco naquelas salas, nos corredores, no pátio onde nos deixava jogar à bola.
Aos atuais alunos desejei o máximo que posso desejar. Que sejam ali tão felizes como eu fui, porque aqueles foram os três anos mais maravilhosos que vivi em todos os anos de estudo. Graças a si, Sotora Isabel. Para além da obra artística, deixa também uma experiência de vida única nos seus antigos alunos». Leia na integra.


A Sotora já não pode ir. De facto, de há muito que por aqui íamos sabendo de como a vida de Isabel Laginhas se complicara. Com momentos dolorosos ... Agora resta-nos cuidar do seu futuro, depois da morte: lembrando a artista, a professora, a mulher. De múltiplos talentos. E, «gente, gente!».    






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