quinta-feira, 19 de outubro de 2017

«MULHERES NAS ARTES» | visibilidade a que temos direito



Como tínhamos divulgado no Em Cada Rosto Igualdade  nos dois primeiros dias desta semana na Gulbenkian discutiu-se «Mulheres nas Artes», e à partida a assunção de que houve percursos de desobediência (veja-se a imagem acima). E houve, como de maneira luminosa nos foi contado, por exemplo, por MARIA TERESA HORTA. A força que emana do seu testemunho devia transformá-lo em património nacional. Em termos práticos, passível de ser conhecido por todos e todas. Mas Maria Teresa Horta não esteve sozinha: tivemos lá LÍDIA JORGE e GRAÇA MORAIS. Magnificas! As três eram as homenageadas pela Conferência. Como se aprende com aquelas mulheres!, para já, e para o futuro. Pela sua obra, pelo seu pensamento e pela sua ação, passada e presente. A nosso ver,  estão na categoria de  sábias.  
Não esteve mas foi como se estivesse, MARIA VELHO DA COSTA, nomeadamente  ao recordar-se as «Três Marias». E  também  por isso MARIA ISABEL BARRENO, logo lembrada  no início pela Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade    a propósito do seu nome ter sido dado à Distinção Mulheres Criadoras de Cultura.


As Três Marias: Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta,
Maria Velho da Costa


E ANA HARTHLEY  recordada em tantas das intervenções, e IVETTE CENTENO não foi esquecida - referências para Rui Zink  que encerrou o encontro. E MARIA DE LURDES PINTASILGO com o seu  «Cuidar o Futuro» assinalada na  palestra inicial de Guilherme de Oliveira Martins. E SOPHIA DE MELO BREYNER lembrada e relembrada. E houve quem mencionasse MARIA LUZIA MARTINS, e HELENA FÉLIX,  e... Dos nossos dias: necessariamente, CRISTINA REIS, e também IRENE CRUZ, VERA SAMPAYO LEMOS, ...  Mulheres de entre muitas que não podem ser esquecidas, mulheres que não podem ser apagadas da história, mulheres que estão aí na labuta e nem sempre com a cobertura noticiosa e outra que merecem. Ilustrando, quantas mulheres criadoras têm sido capa na publicação da Sociedade Portuguesa de Autores?, perguntou - de uma geração mais nova -  MAFALDA VEIGA, uma das participantes no Debate sobre  Música. E que útil debate, onde nomeadamente se lembraram outras igualdades, ou desigualdades,  em especial destaquemos a vida tão inspiradora de ALDINA DUARTE ... E como não dar aqui nota da desigualdade que a geração  que agora entra, ou quer entrar, no mundo do trabalho sente em comparação com os mais velhos,   relatada de forma viva, porque vivida,  por LEONOR TELES, no seu caso mais sentida do que a desigualdade entre homens e mulheres. E há a acrescentar a desigualdade  vinda da cor da pele, e disso falou ANA SOFIA MARTINS. E como é tremendo quando numa mesma pessoa se junta mais do que um factor. Imagine-se mulher, negra, pobre, jovem ...  
E uma conferência é o que ouvimos e vemos e o que nos leva a pensar e a buscar. Na circunstância, e em linha com o que acabamos de escrever: recorrendo, em particular, às novas tecnologias estas mulheres têm de fazer  parte do nosso quotidiano de maneira ágil. Criemos memória acessível, ou seja, criemos bases de dados, com texto,  imagens e audio,  a que se chegue   através de portal ou portais «amigáveis». Em síntese, estas mulheres, precisam da maior visibilidade. Nós precisamos dessa visibilidade:  da informação e conhecimento que produziram na esfera da sua arte, e das suas histórias de vida mais amplas.   Em termos práticos, para o fazermos temos muito com quem apreender ...Como com frequência temos divulgado no Em Cada Rosto Igualdade. Por exemplo: 

Veja aqui
    
Veja aqui.


Foi uma conferência «cheia», que nos trouxe problemas de sempre e problemas novos - em mais do que uma ocasião com ironia e alegria - e que nos levou ao nuclear deste post: insistir na criação e divulgação de memória sobre as mulheres nas artes, para todos, o que abrange produção de estatísticas de qualidade na senda de «Melhores dados para vidas melhores» que foi o lema do «World Data Forum» das Nações Unidas deste ano. E até podemos terminar este post deste modo: Quantas mulheres em termos profissionais há no setor da cultura e das artes? Em que profissões e papeis?
Ah, o luto em que o País está mergulhado esteve presente, em mais do que um momento assinalado. RITA BLANCO, ao seu jeito, logo após se ter sentado: então, vamos falar de incêndios ... Valeu por um discurso! 



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