terça-feira, 21 de abril de 2015

ANA VICENTE




ANA VICENTE morreu. E assim nos vão desaparecendo as referências, as pessoas que nos habituámos a ver em tantas iniciativas e cuja presença, só por si, antecipava qualidade.   Recordemos a sua vida e o seu percurso profissional, por exemplo, indo ao  site da CIG  e ao Centro de Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarães, em  Ana Vicente - A evocação da sua obra e percursos de vida através de testemunhos vivos, a propósito do livro «Os poderes das mulheres, os poderes dos homens», num acontecimento que teve lugar a 19 de Março de 2013 no Centro de Cultura e Intervenção Feminista, em Lisboa. A sessão muito concorrida, contou com a presença da autora e as intervenções de Filipa Vicente, Leonor Xavier, Maria João Sande Lemos, Regina Tavares da Silva, e de Manuela Tavares  em nome da UMAR . Leia aqui. E para muitos e muitas, o post Ana Vicente, antifascista também, de Joana Lopes, que a seguir tomamos a liberdade de reproduzir na integra, talvez mostre um lado menos conhecido de Ana Vicente:
«Conheci-a há muito, muito tempo, teria ela uns 19 ou 20 anos. Surgiu ontem a notícia da sua morte, infelizmente nada inesperada, já que há anos que lutava, com uma coragem inaudita, contra um terrível cancro. Hoje, recorda-se a escritora, a feminista, a católica que foi uma das principais responsáveis. do movimento «Nós também somos Igreja». Duvido que alguém se lembre de ir até à sua juventude e de lembrar que ela não acordou para a luta nas últimas décadas, mas sim bem antes do 25 de Abril.
Em 1963, foi uma das primeiras colaboradoras do jornal clandestino «Direito à Informação» (lançado por católicos e que foi o primeiro a difundir notícias sobre a guerra colonial) que teclava dolorosamente à máquina nos malfadados estênceis de má memória. Disse-me há pouco tempo que foi o seu primeiro passo de militância, ela que de política pouco ou nada percebia até então.
Passou a participar em actividades várias dos chamados «católicos progressistas, foi membro da direcção da cooperativa Pragma e, quando esta foi encerrada pela PIDE em 1967, o facto deu-lhe direito a passar alguns dias detida em Caxias. 
Registe-se também esta faceta da sua juventude, neste dia em que nos fica na memória a sua firmeza, a sua persistência – e o seu sorriso também». 
Vamos ter saudades de Ana Vicente.  Com este post uma singela homenagem do Em Cada Rosto Igualdade. 

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