segunda-feira, 10 de setembro de 2012

«IDADISMO»


Acabo de ler  o ensaio Discriminação da Terceira Idade de Sibila Marques, edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos, e a primeira coisa que me ocorre é recomendá-lo porque, e até pegando no parágrafo com que a autora termina o texto - Espero que estas sugestões sejam úteis na promoção de uma sociedade mais inclusiva na qual os grupos de diferentes idades convivam de forma mais igualitária e menos preconceituosa. Não há dúvida de que o caminho a percorrer ainda é longo. No entento, deve ser iniciado o mais rapidamente possível -,  no meu caso, o seu desejo cumpriu-se: não tenho dúvidas que me  foi muito útil, em termos concetuias e práticos. E é minha convicção que o mesmo acontecerá com outras pessoas. Por outro lado, como, na minha leitura, a própria autora ilustra, quer me parecer que inícios até haverá muitos, mas percebo o que se quer dizer e o livro expressa-o de forma clara, por exemplo, nesta passagem: «Nesta parte do ensaio, procurou-se mostrar como a discriminação das pessoas idosas é abrangente e como afecta diversos sectores na nossa sociedade.Em cada tema apresentam-se sugestões sobre os cuidados que devemos ter para evitar atitudes e comportamentos idadistas. No entanto, uma mudança deste tipo só será possível se ocorrer uma mudança ideológica profunda no modo como encaramos o envelhecimento e as pessoas mais velhas. (...)». E faz sentido que apresentemos aqui o significado de IDADISMO tal como está descrito no ensaio: «Em termos gerais, o idadismo refere-se a atitudes e práticas negativas generalizadas em relação aos individuos baseadas somente numa característica - a idade». Não sendo um trabalho centrado no envelhecimento e género,  ainda assim reparei nesta passagem: «Existe ainda um peso importante de queixas de idosos que dizem sr insultados e humlhados por por familiares. A grande maioria das vitimas são mulheres e os ofensores são geralmenteos conjuges e os filhos». E nesta: « (...) 2% a 3% dos doentes internados por ano(entre 260 a 390) não tinham para onde ir após a alta hospitalar. Na mesma data, os dados recolhidos indicavam que o Hospial de São José tinha seis doentes com alta protelada, enquanto o Hospital de Santo António dos Capuchos  tinha quatro doentes, todos mulheres, com alta adiada»   Mas saiba mais sobre o livro e a autora. E acabado de ler, literalmente, deparo-me com uma entrevista de Paul Auster à revista Atual do jornal Expresso (da semana passada), e de seguida comecei o seu livro DIÁRIO DE INVERNO,  posto à venda em Portugal,  e quer-me parecer que a minha leitura  está a.ser feita de uma forma diferente.


Sinopse
«Pensas que nunca te vai acontecer, que não te pode acontecer, que és a única pessoa no mundo a quem essas coisas nunca irão acontecer, e depois, uma a uma, todas elas começam a acontecer-te, como acontecem a toda a gente.
Paul Auster, incansável criador de ficções e de personagens inesquecíveis, vira agora o olhar para si próprio e para o sentido da sua vida. As descobertas da infância e as experiências da adolescência, o compromisso com a escrita - que marcou a sua entrada para a idade adulta -, as viagens, o casamento, a paternidade, a morte dos pais... Uma vida que transborda das páginas deste Diário de Inverno, um definitivo autoretrato construído com a paixão e a transbordante criatividade literária que são as marcas distintivas da identidade deste escritor amado pelos leitores e admirado pela crítica».
E também me lembrei do O VERÃO ANTES DA TREVAS de  Doris Lessing há tanto tempo lido:

«Doris Lessing tem uma obra firmada desde há muito no mundo literário. Romancista de indiscutível mérito, os problemas humanos da Mulher constituem o pano de fundo das suas criações romanescas. Em O Verão Antes das Trevas, Doris Lessing atinge um dos momentos mais altos da sua carreira, quer pelo rigoroso contorno das figuras, quer pelo desdobramento da intriga, quer pela caracterização das personagens. O Verão Antes das Trevas impõe à nossa admiração uma figura literária de primeira grandeza e traz ao nosso convívio uma escritora de grande plano». E daqui: «A história mostra-nos a viragem da juventude para a velhice, mostra-nos a loucura desse Verão de Kate que começa por ir trabalhar como intérprete em Londres e depois vai para a Turquia onde se involve numa relação com um americano mais novo que ela e que a leva para Espanha. Volta a Londres doente, sem saber de quê. Acaba por alugar um quarto em casa de uma rapariga com pouco mais de 19 anos e é aí que se confronta com a sua nova realidade - a meia idade».
E a «minha» grande soma: há que combater o IDADISMO numa perspetiva individual e da sociedade, e serão muitas as formas de nos prepararmos, de maneira continuda, para isso. Cada um a seu jeito ... 
Ainda sobre o Ensaio, e no seguimento de outros posts que já temos feito no Em Cada Rosto Igualdade sobre esta temática e, nomeadamente, em torno do Envelhcimento Ativo, continuo a verificar que o défice quanto à «cultura e as artes» permanece qualquer que seja o angulo de aproximação ... Haverá também inícios, mas faltará o INÍCIO ...


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